Mas para essa artista nascida no bairro da Liberdade (SP) que começou a carreira sob a direção exigente do diretor Antunes Filho, é o trabalho que a faz ir para longe. E olha que não é pouco (TV, teatro, cinema e rádio, só para citar algumas das suas experiências).
“Minha imagem, através das novelas, minisséries, teatro e shows, tem viajado por países de quase todos os continentes”, conta a atriz que, atualmente, virou figura fácil na ponte aérea Rio-São Paulo por conta do papel que assumiu em “Sexo e as Negas”, na TV Globo.
Por conta da profissão, Adriana já desembarcou no Japão, Israel, Costa do Marfim e em países da Europa como a França, Espanha, Áustria e Grécia.

Mas Adriana Lessa não se entrega ao turismo fácil dos destinos bem preparados para receber estrangeiros e, de cara, conta que uma das suas viagens mais marcantes foi em um país que pouca gente escolheria para sair de férias: a Angola.
A atriz esteve nesse país da costa oeste da África em 2001, em plena Guerra Civil, e em 2002, a convite de um empresário e da rádio LAC (Luanda Antena Comercial).
Sobre o país africano, Adriana relembra a passagem pelo Parque Nacional de Quiçama, que durante os anos de guerra foi o único parque nacional a funcionar, e a visita ao Mercado do Benfica, atração da capital Luanda que é conhecida pelas esculturas de animais africanos em madeira.



“Acredito que todas as viagens me transformam. Isso porque aprendo conceitos, revejo as próprias escolhas e acima de tudo fortaleço o aprendizado para respeitar o outro e a mim mesma”, descreve a atriz.
E mesmo quando não pode ir aos países de origem de seus personagens, Adriana faz questão de se inspirar em pesquisas. Foi assim com a mulher bósnia que interpretou em “Monólogos da Vagina”, tragicomédia dirigida por Miguel Falabella sobre o texto da escritora Eve Ensler.
“Quem nos trouxe as informações sobre essas mulheres foi a própria autora da peça que mergulhou no universo feminino”, descreve a atriz que dividiu o palco com Fafy Siqueira, Chris Couto e Gabriela Alves.

Mas a atriz não coleciona milhas (e histórias) apenas em países de passado bélico.
No início da década de 90, Adriana embarcou no navio Vasco da Gama/Sea Wind Cruise Line como cantora e bailarina do espetáculo “Brasil, Canta e Dança”, sob direção de Abelardo Figueiredo.
E assim, no balanço suave das águas da costa brasileira e do Caribe, desembarcou em destinos como Fernando de Noronha,Trinidad e Tobago, Barbados, Aruba e Curaçao.
Adriana Lessa quase não tem tempo para viajar nas férias e por isso é o trabalho que tem levado a atriz para outras paragens que costumam marcá-la.
Em 2005, desembarcou em Mossoró ao lado de Thiago Fragoso e Jussara Freire para se apresentar com o espetáculo “Veneza”, onde a atriz se encantou com as salinas locais que viraram atração turística de Areia Branca, na microrregião daquela cidade do Rio Grande do Norte.

Mas a história que essa atriz parece mais querer relembrar é a da foto com o longo vestido vermelho que fez ao lado de um dos maiores símbolos do continente negro.
“Não esqueça o lindo Baobá da Angola”, reforça, em nossas conversas por emails, pelo Facebook e em uma ligação telefônica para “conversar um cadinho”, como sugeriu a própria atriz.

Não, Adriana, a gente não esquece o Baobá. E, certamente, a África também não vai te esquecer.
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