O vento sopra forte lá fora, a chuva é impiedosa e as torres mais famosas da Patagônia chilena seguem sua brincadeira de se esconder entre nuvens espessas, enquanto mais uma dose de Pinot Noir pinta a taça de vermelho.
Mas naquelas terras austrais não existe rotina, até mesmo quando a chuva altera a programação e a geografia isolada daquelas terras recortadas pelas cordilheiras dos Andes.
O Tierra Patagonia, no extremo sul do Chile, é daqueles hotéis que vão muito além do conceito de hospedagem e os 25 km de distância do Parque Nacional Torres del Paine parecem reduzidos quando, de cada uma das janelas dos 40 quartos, se exibem os famosos maciços rochosos de origem glacial que colocaram a província de Última Esperanza na rota dos destinos mais cobiçados dos viajantes de alma aventureira.
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Dá vontade de passar o dia inteiro lá dentro, mas lá fora uma Patagônia mutante se exibe (e convida) em forma de trilhas, glaciares, rios milenares e de uma fauna tímida que, para sorte de alguns forasteiros, se deixa ser vista. Leia sobre o encontro com um puma, na crônica “O gato (patagônico) subiu no telhado”
O estabelecimento já foi eleito um dos melhores novos hotéis do mundo pela revista Condé Nast Traveler e ganhou o título de “Melhor Resort”, no Design Awards, promovido pela revista Travel+Leisure, o único empreendimento reconhecido na América do Sul.
“A proposta é como a de chegar a uma casa de campo. Estamos na metade do nada, isolados e conectados com a natureza, ao mesmo tempo”, descreve o subgerente do hotel, Mauricio Zarzar.
E a sensação é mesmo essa: estar em um hotel que, mais do que um ponto de chegada, é sempre um ponto de partida.
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Veja atrações do hotel
⇒ ARQUITETURA
Inspirado nas formas criadas pelo vento, o projeto arquitetônico do Tierra Patagonia é uma construção horizontal que tem vidros e madeiras de lenga, árvore nativa da região, como principais materiais.
Sua arquitetura camuflada, que esconde o hotel na estepe patagônica, em um terreno abaixo do nível do solo, foi projetada pelos arquitetos Cazu Zegers, Rodrigo Ferrer e Roberto Benavente. Elementos patagônicos também marcam presença no interior do hotel, onde se destaca o uso de madeira, pedras e lã de ovelhas.
Ou seja, tem Patagônia do lado de dentro e de fora.
⇒ JANELAS PARA A PATAGÔNIA

Dos quartos e das áreas públicas do hotel é possível avistar, em dias de céu claro, as Torres del Paine (ou alguns dos animais selvagens como avestruzes e guanacos que sempre passam por aqueles janelões de vidro).
O Lago Sarmiento, localizado em frente ao estabelecimento, também pode ser visto dali.
E mais uma vez, a arquitetura do hotel favorece a interação com o cenário frio do lado de fora, que pode ser visto também do SPA e da piscina de água aquecida.
⇒ EXPEDIÇÕES

Eles chamam de excursões, mas bem que poderiam ser pequenas expedições, Patagônia adentro.
Diariamente, guias e hóspedes se reúnem para traçar os roteiros dos passeios do dia seguinte, um menu que inclui desde caminhadas curtas em mirantes e lagoas glaciais até explorações de um dia completo às bases das Torres.
Os destaques ficam para as trilhas Hunters Tail, uma caminhada de 6,5 km (nível médio) que passa por pinturas rupestres e área de animais selvagens; e a trilha Base de las Torres, um trekking de dificuldade alta (18 km de extensão) que leva os hóspedes até as bases das três famosas torres de granito da região.
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⇒ COMIDA

A Patagônia do lado de fora também pode ser apreciada no restaurante do hotel.
Frutos do mar do Estreito de Magalhães, carnes de carneiro e de vacas cozidas em forno a carvão, e as frutas vermelhas de Calafate são alguns dos pratos preparados para os hóspedes desse hotel conhecido pelo serviço all inclusive.
Para acompanhar os pratos, uma extensa carta de vinhos chilenos da vinícola Matetic, drinques à base de whisky ou clássicos pisco sours também estão incluídos nas diárias.
(* O Viagem em Pauta viajou para Torres del Paine a convite do hotel Tierra Patagonia)
MUITO BOM