
Não muito longe de São Paulo e com acesso facilitado por balsas, a Baía da Ilha Grande é um dos lugares mais exclusivos do litoral sudeste do Brasil.
Só na Ilha Grande, um dos destinos dessa baía que abriga também Paraty e Angra do Reis, são quase 200 km², mais de 100 praias e 12 enseadas.
Em outras palavras, não vão faltar lugares para você fazer trilhas, mergulhar em águas rasas ou, simplesmente, fazer nada em faixas de areia abrigadas.
São tantas opções de atividades que a Ilha Grande é a viagem que não cabe na mesma viagem. É daqueles lugares para você voltar, algumas dezenas de vezes.
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De trilhas isoladas e baías tranquilas a excursões muvucadas em barcos lotados de turistas que saem da Vila do Abraão, a Ilha Grande tem opções para todos os estilos (e nível de paciência).
Se a ideia for férias tranquilas em praias vazias de águas calmas, a melhor opção (de hospedagem e para passeios) ainda é a Costa Continental, em baías como Araçatiba, Sítio Forte e Bananal.
Considerada a maior enseada da ilha, o Abraão é a porta de entrada mais comum, cujo crescimento vertiginoso se deu para atender à demanda do presídio Cândido Mendes, que funcionou na vizinha Dois Rios, até 1994.
Fora dali, o turismo assume ares de viagem mais personalizada, em baías protegidas e de mar calmo, voltados para o continente. Aquelas águas abrigadas que hoje atraem casais e famílias foram, durante dois séculos, endereço de piratas interessados em saquear embarcações que saíam de Paraty, carregadas de ouro.
“Eles tinham a Enseada de Araçatiba como um porto seguro e conseguiam visualizar os navios que saíam de Paraty”, explica Tatiana.
Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, fica a 410 km de São Paulo e a 150 km da capital fluminense, aproximadamente.
– de carro
De São Paulo, pega-se a Dutra, em direção a São José dos Campos e logo a Tamoios, via Caraguatatuba, passando por Ubatuba e Paraty.
É possível também chegar ao sul do Rio de Janeiro, via Cunha, no interior de São Paulo, de onde se toma a cenográfica Cunha-Paraty.
Uma alternativa, preferência dos motoristas de ônibus fretados, é seguir pela Dutra até Barra Mansa, no sul do Rio de Janeiro, e logo a RJ-155 até Angra dos Reis.
Do Rio de Janeiro, o acesso é pela Rio-Santos até Angra dos Reis.
Fique atento ao aumento de tráfego, em direção à Costa Verde, nos períodos de férias e feriados.
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– de ônibus
Reunidas (de São Paulo são cerca de 7h30 de viagem) e Costa Verde (do Rio de Janeiro são 3 horas, aproximadamente).
Carros não entram na ilha, por isso é preciso deixá-los no continente.
Embora mais distante, a Vila do Abraão é a principal porta de entrada, cuja travessia de 1h20, aproximadamente, é operada por empresas como a CCR Barcas, saídas de Angra às 15h30 (dias úteis) e às 13h30 (finais de semana) R$ 17; Objetiva, às 9h, 12h e 18h30 (R$50); e Água Viva, de R$ 25 a R$ 50 (às 7h, 13h e 15h), com opção de travessias em lanchas rápidas.
Com exceção das da Vila do Abraão, as pousadas da Ilha Grande costumam oferecer transfers para seus hóspedes.
Tudo vai depender de qual é a sua pegada. Mas pode ter certeza de que tem uma ilha disponível para você o ano inteiro.
Para quem pretende navegar ou mergulhar, os meses de inverno apresentam dias mais secos e águas com maior visibilidade, embora mais frias. É nessa época de clima mais ameno que acontecem as caminhadas de longa travessia no Mar de Fora.
Já no verão as águas são mais quentes e há maior probabilidade de tempestades, no final da tarde. É nessa época que os preços aumentam e a espera para travessia em balsas podem tirar o humor.
Os meses de primavera e outono, com número menor de visitantes, são conhecidos pelos dias de céu claro, temperaturas mais amenas e águas menos frias.
Pousada Mar de Araçatiba
Pousada simples e quartos com varanda, na praia de Araçatibinha, na Enseada de Araçatiba
reservas: mardearacatiba@gmail.com
Maria Bonita
Essa pousada na praia do Passaterra, na Enseada do Sítio Forte, é conhecida pelo sistema all inclusive, com refeições, passeios e transfers do e para o cais de Angra.
pmbonita.com.br
Nautilus (praia de Jaconema / Enseada do Bananal)
Conta com opções de quartos e chalés.
nautilusilhagrande.com.br
MAR DE DENTRO OU MAR DE FORA?
O pedaço de terra voltado para Angra (Mar de Dentro), onde ficam as enseadas de Araçatiba, Sítio Forte e Bananal, tem praias mais abrigadas e de águas mais calmas, perfeitas para crianças. Só não espere as famosas imagens de mar azulado, como as da Costa Oceânica.
É formado pelas enseadas de Araçatiba, Sítio Forte, Bananal, dos Macacos, das Estrelas, Abraão e Palmas.

Já o invocado Mar de Fora é lindo, mas exige cuidado.
Suas sete praias são extensas, entre elas Aventureiro, Parnaioca e Lopes Mendes, e têm mar, geralmente, mais agitado. Esse lado da ilha se caracteriza pela rusticidade e falta de estrutura turística. Apenas Aventureiro e Parnaioca contam com área de camping.
Abriga as enseadas de Provetá, Aventureiro, Parnaioca, Dois Rios e Lopes Mendes
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ATRAÇÕES
É tarefa impossível listar, em um único post, todos os passeios disponíveis na Ilha Grande.
Por isso, as opções abaixo são apenas sugestões, de acordo com a experiência do Viagem em Pauta no destino.
Última enseada do setor abrigado da ilha, no extremo oposto à Vila do Abraão, Araçatiba é endereço de alguns dos locais mais preservados do sul do Mar de Dentro.
Os destaques ficam para as pequenas e tranquilas praias Vermelha, Itaguaçu e Araçatibinha.
Com 800 metros de extensão, aproximadamente, a praia de Araçatiba é a maior delas, embora a igreja Nossa Senhora da Lapa, em plena areia, dê ares de interior com vista para o mar.
Outro destaque é a Lagoa Verde, cujo nome original é Boqueirão da Lagoa.
O local é usado para prática de snorkel em costões rochosos com águas de tons claros, em meio a cardumes, corais e, sem muito esforço, tartarugas marinhas.
Procure chegar antes das 10h para não ter seu passeio alterado pelo excesso de lanchas turísticas que chegam da Vila do Abraão.
Essa é considerada uma das baías mais abrigadas de toda a Ilha Grande, um recuo mais acentuado, terra adentro, que abriga águas calmas e esverdeadas.
Não mais do que 50 pessoas moram nos arredores da Praia do Passaterra, um dos endereços mais tranquilos da Costa Continental.
Com apenas uma opção de hospedagem (com pé e alma na areia), Passaterra é como ter uma praia só para você, onde é possível praticar SUP e caiaque ou ver a vida passar sem pressa da varanda do quarto.
A região é conhecida também pelo naufrágio do navio Pinguino, em 1967, um dos pontos de mergulho mais populares da ilha.
CONHEÇA O PINGUINO
O acesso é por um corredor baixo e sem iluminação, em terreno escorregadio e úmido. E, no final da visita, a gente custa a entender se é caverna com mar, mar com caverna ou um daqueles cenários surreais que ninguém se atreve a explicar. Devido ao mau comportamento de visitantes, o local só recebe pequenos grupos, organizados por pousadas das baías vizinhas, como Bananal e Sítio Forte. Mais conhecida como Praia do Dentista, essa faixa de areia tem águas claras e abriga pequenas piscinas naturais entre rochas, em uma de suas extremidades. O local pode ser combinado com uma visita às Ilhas Botinas, localizadas em frente a Gipóia. A atração recebe esse nome em referência às duas ilhotas semelhantes do local, onde é possível praticar snorkel em meio a grande quantidade de peixes. O destaque são as águas de tons turquesas, onde costuma-se realizar snorkel e até mergulho com cilindro, em meio a cardumes e corais. Oficialmente, a Ilha Grande conta com 16 trilhas e essas podem ser uma boa opção para quem não quer depender de passeios de barco. Uma das mais famosas é a T11, uma caminhada leve de 2 km que começa na Enseada de Palmas, na Praia do Pouso, e segue até a concorrida Praia de Lopes Mendes, no Mar de Fora. Já a puxada T14 é uma trilha de 7 km que começa na Vila do Abraão e segue pelo antigo caminho que levava ao presídio da Praia de Dois Rios, onde dá para visitar o Museu do Cárcere. “Você pode ir 40 vezes no mesmo ponto e cada mergulho é diferente”, explica Verónica Ávila, instrutora do liveaboard Enterprise. O Mar de Dentro é ideal para iniciantes ou também para mergulhos de batismo, onde as águas são mais calmas e rasas, em áreas costeiras sem correnteza. Já do lado de fora são mergulhos mais profundos e com navegações mais longas, completa Verónica. SAIBA MAIS: “Mergulho de batismo na Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro” Para viagens mais personalizadas, daquelas com roteiros onde poucos costumam ir, o Viagem em Pauta testou os serviços particulares da guia Tatiana Mello, quem organiza saídas, a partir de São Paulo e Campinas, para uma versão mais rústica do destino. “Eu gosto do oposto da ilha. A Ilha Grande que ainda não tem uma vila gigante e que tem água cristalina no píer da pousada”, explica Tatiana, responsável por pacotes (a partir de R$ 600) que incluem hospedagem all inclusive no Mar de Dentro, transfers, passeios a locais pouco explorados como a Gruta do Acaiá e palestras ambientais. Reservas: (19) 9 9825-0190.
Essa sugestão, próxima à Enseada de Araçatiba, é somente para os fortes.
Trata-se de uma fenda em uma rocha com acesso por uma escada de madeira que leva até uma lagoa interior, alimentada pelas águas do mar.
Segunda maior ilha do destino, a Gipóia fica no interior da Baía da Ilha Grande e é endereço de uma das praias mais concorridas: Jurubaíba.
Pelo nome já dá para saber o que lhe espera nessa atração popular da Freguesia de Santana, uma península, no setor noroeste da ilha.
Início do povoamento da Ilha Grande, a Freguesia de Santana é um dos locais menos povoados, atualmente. É ali que fica a Igreja de Santana, a primeira da região, erguida no século 19.
A Ilha Grande é um dos endereços de mergulho mais frequentados do litoral brasileiro e, ainda assim, não faltam locais diferentes para descer com cilindro. São 50 pontos, aproximadamente.
A Ilha Grande é extensa e complexa, sobretudo por conta dos longos deslocamentos, entre uma atração e outra. Por isso, é fundamental planejamento das atividades e estar acompanhado de alguém que conheça o destino.VEJA TAMBÉM
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