Endereço de mais de mil espécies animais e maior refúgio de onças-pintadas do planeta, o Pantanal vê a busca desesperada por alimento.A
s notícias que chegam são assustadoras: animais carbonizados, bichos vivos com membros queimados e extensas áreas destruídas pelo fogo.
Longe de ter seu controle decretado e com mais de seis mil focos de incêndio, pico registrado neste mês de setembro, o fogo que castiga a maior planície inundável do planeta começa a trazer uma novo problema: a fome por parte da fauna pantaneira, atingida pela destruição de grande parte das fontes de alimento.
No município de Cáceres (MT), um dos destinos mais castigados, o Projeto Bichos do Pantanal tem levado alimentos a locais remotos da Bacia do Alto Pantanal, onde a vida silvestre tem tido dificuldades para encontrar comida.
De acordo com o Prevfogo, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos incêndios florestais do Ibama, já são mais de 2,3 milhões de hectares queimados (mais de 1,6 milhão de hectares só nos últimos dois meses).

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Através da campanha Ação Bicho Vivo, criada com o objetivo de levantar fundos para resgatar, tratar e alimentar animais vítimas dos fogos, o projeto já comprou e distribuiu até o momento duas toneladas de grãos, frutas e quirela (milho triturado para alimentação de aves).
Segundo assessoria de comunicação da campanha, cerca de 35 mamíferos já foram resgatados na operação, dois quais três foram submetidos à eutanásia.
“Os cuidados fazem parte das ações para reduzir os impactos dos incêndios, ainda não mensurados, na fauna e flora”, comenta Douglas Trent, diretor de pesquisa do Projeto Bichos do Pantanal e um dos líderes da Ação Bicho Vivo.
Entre os animais tratados, Trent destaca “onças, lobetes , iguanas, antas, jabutis, garças, jaguatiricas e tamanduás, entre outros”. SAIBA COMO AJUDAR

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Com o apoio de doações de pessoas físicas e da Petrobrás, patrocinadora do Projeto Bichos do Pantanal, já foram arrecadados R$ 175 mil em prol da fauna impactada pelos incêndios no Pantanal.
De acordo com nota enviada ao Viagem em Pauta, ainda não é possível estimar a quantidade de animais mortos por queimaduras, inalação de fumaça, infecções, desidratação e inanição.
“O avanço do fogo em Cáceres ameaça o ciclo das águas, reprodução dos peixes e plantas da região, impactando negativamente no meio ambiente e no setor pesqueiro, importante atividade socioeconômica dos pantaneiros”, informa a instituição.
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SAIBA MAIS
Ação Bicho Vivo
É possível ajudar a campanha, encabeçada pelo Instituto Sustentar, nos sites: institutosustentar.net/doar/ e www.bichosdopantanal.org
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