Templos de Taiwan são refúgios para a alma em tempos de isolamento

Com uma das maiores concentrações humanas do planeta e vias estreitas que beiram o caos organizado, Taiwan se refugia nos templos. É ali que o ruído incessante das ruas se silencia em mantras que se repetem em loop e os cheiros dos mercados são substituídos pela fumaça do incenso.

Na Formosa, o nome que os portugueses deram para a ilha em meados do século 16, são cerca de 15 mil templos, dos quais 870 são dedicados, exclusivamente, a Mazu, a Deusa do Mar.


De influências espanhola, holandesa, chinesa e japonesa, a ilha é santuário de taoistas, hindus, católicos, judeus, hindus e seguidores do I-Kuan Tao, movimento religioso que cresceu em Taiwan, nos anos 70. Dos 23 milhões de habitantes, oito milhões aproximadamente são budistas.

Mas isso não é tudo naquelas terras entre a China continental e as Filipinas.

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Seja qual for o seu deus, que por ali atende pelo nome de shen (神), sempre vai ter uma Taiwan para elevar a alma. E foi isso o que eu fiz na minha primeira visita ao destino, em novembro do ano passado, em um roteiro do tipo “comer, andar de bicicleta e orar”.

Conheça templos de Taiwan

Templo Longshan: observar os sons do tempo
(Taipei / metrô: MRT Longshan Temple)

Templo Longshan (foto: Taiwan Tourism Bureau)

Com sete queimadores gigantes de incenso e mais de cem estátuas de deuses, é o templo mais visitado em Taipei.

Localizado no bairro Wanhua, o mais antigo da capital taiwanesa, essa construção budista de 1738 é dedicada a Kuan Yin (Deusa da Misericórdia), abreviação de Guanshiyin, cujo nome significa “Observar os Sons do Mundo”.

O local é um dos templos mais antigos da ilha e resistiu a desastres naturais e ataques estadunidenses na 2ª Guerra Mundial.

Templo Ciyou: o encontro do mar com a terra
(Taipei / metrô: MRT Songshan)

De longe, essa construção de 1753 se impõe em meio ao trânsito agitado com seus seis andares, e telhados adornados com figuras como dragões, os protetores contra incêndios.

Em uma área de 600 m², no agitado bairro Songshan, esse templo taoista é refúgio espiritual para visitar antes do fervido Mercado Noturno Raohe, que fica bem ao lado.

Templo Ciyou (foto: Eduardo Vessoni)

Dedicado à Deusa do Mar, Mazu, o templo é dividido em diversas salas, cada uma em referência a uma divindade, como Zhusheng Niangniang (Deusa da Fertilidade) e Tudigong (o Deus da Terra).

É daqueles lugares para investir horas de visita naquela impressionante sobreposição de imagens religiosas e leões de pedra sob o telhado octogonal.

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Templo Zhinan: o templo dos mil degraus
(Taipei / metrô: Zhinan Temple)

Nesse templo taoista, a cerca de 10 km do centro de Taipei, a espiritualidade fica a mil degraus de pedra do nível da rua.

Templo Zhinan (foto: Eduardo Vessoni)

Para chegar nessa impressionante construção de 1890, que parecer saltar de dentro da floresta na Montanha dos Macacos, são aproximadamente 1.200 degraus até a entrada do templo. E como dizem por ali, a cada degrau vencido, são mais 20 segundos de vida.

Dedicado a Lu Tung-pin, um dos oito imortais do taoismo, o local fica na região montanhosa de Muzha, conhecida pelas fazendas urbanas de chá.

Melhor que tudo isso só o acesso com as gôndolas de Maokong, sistema de teleféricos integrado ao metrô da cidade.

Templo de Confúcio
(Taipei – metrô: Yuanshan)

Templo de Confúcio (foto: Taiwan Tourism Bureau)

Nada mais lógico do que simplicidade no templo dedicado ao famoso filósofo chinês.

Sem a famosa arquitetura dos detalhes exagerados de outras construções do gênero, o Templo de Confúcio, no bairro Datong, é conhecido por seus ambientes sem imagens religiosas. Nem os tradicionais leões de pedra dão as caras por ali.

A construção de 1879 foi inspirada em um templo de Qufu, cidade natal de Confúcio, na China, e é considerado o único de Taipei com cerâmica de Fujian.

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Templo WuChang
(a 900 metros da estação de trem de Jiji, no Condado de Nantou)

Erguido a partir de 1923, em homenagem ao deus taoista Xuanwu, esse templo ficou conhecido depois do devastador terremoto de 1999, um abalo sísmico de 7,6 graus na escala Richter.

Templo WuChang (foto: Eduardo Vessoni)

A imagem mais icônica da época são as ruínas do templo WuChang que estão lá até hoje, ao lado da réplica construída após o acidente, cujo epicentro foi na cidade de Jiji, onde fica a construção.

Embora possa parecer bizarra a ideia de manter “de pé” um templo em ruínas, esse exclusivamente foi mantido assim pois, após o terremoto, a equipe de resgate encontrou todas as estátuas interiores intactas. Dizem até que algumas delas tinham a barba maior do que antes do acidente.

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Lago Sol e Lua
(Yuchi – Condado de Nantou)

No centro de Taiwan, esse cenográfico lago de quase 8 km² é uma das atrações mais visitadas de Taiwan.

Abraçado por florestas, o maior corpo da ilha é endereço de vilarejos aborígenes e tem uma pista pavimentada de 30 km que costuma ser usada por ciclistas e praticantes de caminhadas. Não á toa já foi considerado uma das dez ciclovias mais bonitas do mundo.

Lago Sol e Lua (foto: Taiwan Tourism Bureau)

Mas o mais são os templos no alto com vista para esse lago em forma de Sol e Lua, como o imponente WenWu (‘A força do Oriente’), de 1938, dedicado a quatro deuses, entre eles Guan Gong, o Deus da Guerra.

Mais simples e com menos visitantes, o Xuanzang é outro templo ao redor do lago.

A atração mais famosa é o pagode Ci En, uma torre octogonal de 46 metros de altura, no alto da montanha Sha Ba Lan e com acesso por uma bela trilha verde de 700 metros.

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Turismo de Taiwan
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