No último dia 12 de julho, o Beco do Batman, travessa na Vila Madalena (SP) conhecida por seus muros grafitados, ganhou mais uma obra em seu acervo a céu aberto.
A artista plástica Chermie Ferreira, 33, grafitou um dos últimos espaços livres do local, uma homenagem à cultura indígena e à cacique Bia, líder do povo Kokama, grupo indígena do alto e médio rio Solimões, no Amazonas.
Natural de Manaus, a artista começou a grafitar aos 16 anos para incentivar as meninas das comunidades ribeirinhas a ingressarem na arte. Após descobrir suas origens Kokama, Chermie se dedica a representar em seus trabalhos mulheres e comunidades indígenas do Norte do Brasil.
“A cada ano, minhas raízes indígenas falam mais alto. É muito significativo pintar uma cacique com seu filho no colo em meio à paisagem amazônica, no ícone do graffiti de São Paulo”, descreve Chermie, cujo nome indígena Wira Tini significa ‘Pássaro Branco’.
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Desde a adolescência, seu grafite luta pela representatividade feminina na arte urbana. A artista tem também no currículo a coordenação de diversos eventos como o Festival Yapai Waina, primeiro festival de grafite com foco nas artistas plásticas do Amazonas, em Presidente Figueiredo, conhecida como a terra das cachoeiras.
“As cores fortes e os contornos precisos dos desenhos de Chermie trazem muito da fauna e flora amazônica, sem falar do destaque dado às mulheres e crianças em suas obras”, detalha o galerista Helder Kanamaru, da ZIV Gallery, espaço de arte urbana no Beco do Batman, inaugurada em fevereiro de 2021.
Localizada na rua Gonçalo Afonso, na Vila Madalena, a galeria foi a responsável pela iniciativa na área e abriga murais internos e externos, como o painel de 40 metros, pintado por 16 artistas.
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