No maior incêndio museológico do Brasil, em 2 de setembro de 2018, cerca de 85% do acervo com 20 milhões de itens foram perdidos e o trabalho de resgate do que sobrou levou 500 dias.
Mas nem tudo está perdido no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Dos destroços veio a arte.
O bombeiro e luthier (profissional especializado na construção e reparo de instrumentos de cordas) Davi Lopes construiu instrumentos musicais a partir dos restos de madeiras encontradas no incêndio, como móveis e vigas queimadas.

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Desde que o trabalho de Davi começou a ser documentado, em setembro de 2018, já foram produzidos cinco instrumentos com pedaços do Museu Nacional: dois violões, um bandolim, um cavaquinho e um violino, que serão entregues ao Museu Nacional, o mais antigo do país, fundado em 1818, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.
“É como se sentir parte do processo da natureza, que é de renovação”, define o bombeiro, autor de peças como o cavaquinho feito com mogno queimado de um dos portais do museu.
Após a finalização das peças, os instrumentos ganharam padrinhos famosos como Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Paulinho Moska.

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Os detalhes dessa história estão no documentário ‘Fênix: o voo de Davi’, produção do Globoplay em parceria com a GloboNews que poderá ser visto na plataforma de streaming a partir do dia 2 de setembro.
O filme mostra o processo de busca do material em meio aos destroços, o trabalho de luthieria e a finalização dos instrumentos.
“É a ciência e a arte nos ensinando de novo, a nascer de novo”, define Vinícius Dônola, um dos diretores desse documentário sobre a primeira instituição científica do Brasil.
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Entre as cenas registradas é possível ver um Gil emocionado diante de um instrumento musical feito com cedro e jacarandá retirados dos escombros, e Paulinho da Viola tocando um violão também feito pelo bombeiro.
“Com relação à sonoridade, eu acho perfeito. De uma certa forma, o museu está representado aqui”, descreve Paulinho da Viola.
Assim como lembra a repórter Mônica Sanches, a reinauguração do novo Museu Nacional será daqui a um ano. “A equipe de restauração já conseguiu terminar o trabalho de limpeza e de proteção de elementos da arquitetura que resistiram ao incêndio”, diz Mônica em um dos trechos do documentário. VEJA PRÉVIA
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