Durante séculos, a África exportou para o mundo, involuntariamente, seus filhos para terras distantes do outro lado do Atlântico. Suas línguas maternas ganharam novas palavras, seus sons se fundiram em outros ritmos e sua história foi apagada em nome de uma cultura desconhecida imposta por estrangeiros.
Mas agora o caminho é contrário.
Se há pouco mais de 20 anos, a África do Sul recebia 3,4 milhões de forasteiros, os números atuais já ultrapassam os 13 milhões de pessoas que desembarcam naquelas terras, anualmente.
Neste post, o Viagem em Pauta selecionou os endereços mais marcantes, relacionados a esse líder sul-africano.
Ube nohambo oluhle, como se diria “boa viagem”, em língua zulu.

PREPARE-SE: “África do Sul pela 1ª vez: confira dicas e roteiros”
JOANESBURGO
Principal porta de entrada para a África do Sul e capital da província de Gauteng, essa cidade com mais de cinco milhões de habitantes concentra o maior número de atrativos relacionados a um dos períodos mais dolorosos do país: o apartheid.

O local reconta a história do sistema separatista criado pelo holandês Hendrik Frensch Verwoerd que, na África do Sul, durou de 1948 a 1994.
Pioneiro em seu gênero, o museu multimídia abriga salas temáticas sobre a classificação de raças, a segregação e a histórica eleição de 94. As duas portas de ferro na entrada que selecionam o visitante de acordo com a cor da pele dá uma ideia do que se pode encontrar lá dentro.
Visitantes negros devem usar o acesso para brancos e brancos têm acesso pela porta onde se lê “Não-brancos”.

Este monumento nacional está localizado em um forte do final do século 19 e foi responsável pelo isolamento de líderes que lutaram contra o apartheid, como Mandela e o indiano Gandhi, prisioneiros da Guerra dos Bôeres e manifestantes presos do Soweto.
No tour guiado, é possível conhecer a atual Corte Constitucional da África do Sul, o forte de 1893, a penitenciária feminina que abrigou nomes como Winnie Mandela e Albertina Sisulu, e a temida Number Four, o edifício principal com celas.

Essa antiga casa de tijolos a vista foi uma das residências de Mandela, quem dividiu os cômodos minúsculos com duas de suas esposas. Hoje, abriga um acervo discreto com objetos, fotografias, documentos e móveis da época.
Localizada no Soweto, cidade próxima a Joanesburgo, a construção se encontra no número 8115 da Vilakazi Street, declarada a única rua do mundo a abrigar dois Nobel (Mandela e o arcebispo Desmond Tutu).
VEJA TAMBÉM: “70 anos sem Mahatma Gandhi: confira endereços turísticos pelo mundo”
CIDADE DO CABO

Uma das mais populares atrações turísticas do país, essa ilha guarda boa parte da história política de Mandela. Foi ali que o líder esteve confinado por 19 anos, entre 1963 e 1982.
Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a ilha fica a 11 km da Cidade do Cabo e abriga celas como a de Mandela (o famoso prisioneiro 466/64) e instalações como cemitério, hospital e escola instalados no local.
Os tours guiados por ex- presidiários são feitos de ônibus e fazem a uma parada estratégica para avistar a bela Montanha da Mesa.

Praça localizada no V&A Waterfront com esculturas dos quatro sul-africanos que já ganharam Prêmio Nobel.
Ali é possível ver, lado a lado, Nelson Mandela, Desmond Tutu, o ex-presidente Frederik Willem de Klerk e o ativista Albert Luthuli.
O roteiro dedicado a Nelson Mandela segue em Zwazulu-Natal, província da costa leste da África do Sul, conhecida por suas praias banhadas pelas águas do Índico.

Um do destaques é o The Capture Site (“Lugar da Captura”), onde Mandela seria preso, nos anos 60, e começaria seus 27 anos de prisão.
No local, uma escultura com 50 hastes de aço de até 9,5 metros de altura dão forma à imagem de Mandela e recepcionam os visitantes nesse memorial com exposições temporárias.
LEIA TAMBÉM: “Dormindo com leões: clássico da hotelaria completa 40 anos, na África do Sul”
1 Trackback / Pingback