A dica para esse 17 de outubro, Dia da Música Popular Brasileira, é a bela exposição ‘Essa nossa canção’, no Museu da Língua Portuguesa, no Centro Histórico de São Paulo.
A visita começa com um certo estranhamento ainda no elevador, onde o público é recepcionado com uma intervenção sonora criada a partir de vocalizes de músicas brasileiras e cantos como “Ôôôôô”, “Ilariê”, “Aê-aê-aê”, editados como uma única canção.

O público segue então para a instalação sonora Palavras Cantadas, também de Alê Siqueira, onde 54 músicas brasileiras sem acompanhamento instrumental são cantadas à capela e entremeadas umas nas outras, como uma conversa.
A obra de cerca de seis minutos de duração costura versos de faixas como ‘Trem das Onze’ (Adoniran Barbosa), ‘Salve’ (Mano Brown) e ‘Nem luxo nem lixo’ (Rita Lee e Roberto de Carvalho). Como resultado, o visitante percebe, por exemplo, que o trecho “Olá, como vai?” de uma canção se relaciona com “Eu estou aqui. O que é que há?” de outra, como se criasse uma única história composta por dezenas de vozes.
Dia da Música Popular Brasileira
A efeméride é celebrada no dia 17 de outubro, em homenagem à pianista e regente Chiquinha Gonzaga, data de seu nascimento, em 1847, no Rio de Janeiro.
Ela é considerada uma das primeiras compositoras populares do Brasil, por isso é lembrada em uma das sala da exposição no Museu da Língua Portuguesa. ‘Uma caneta e um violão’ reúne manuscritos de composições de nomes como Cartola, Tom Zé, Marília Mendonça e BNegão, entre outros.
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Em outra sala da exposição, dez canções emblemáticas do cancioneiro nacional ganham novos intérpretes, em vídeos dirigidos por Daniel Augusto, onde Carlinhos Brown interpreta ‘O Vento’, de Dorival Caymmi.
Já Teresa Cristina relembra ‘Pelo telefone’ (Donga), conhecido como o primeiro samba gravado; Juçara Marçal canta ‘Sinal fechado’, de Paulinho da Viola; e Johnny Hooker e Luiz Tatit interpretam ‘Conceição’, clássico do repertório de Cauby Peixoto.
Além da linha do tempo com aparelhos de reprodução da língua cantada, como vitrola, disco de 78 rpm e fitas K7, a mostra conta também com um terceiro ambiente, dividido em dois espaços.

É ali que dá para assistir ao documentário ‘As Canções’ (2011), onde o cineasta Eduardo Coutinho conversou com anônimos que contam histórias relacionadas com suas músicas preferidas. Em outra sala, os cineastas Quito Ribeiro e Sérgio Mekler realizam obra inédita composta por pequenos trechos de músicas que estão em vídeos do YouTube com interpretações de ‘Homem com H’ e ‘Beijinho no ombro’.
Assim como define o Museu da Língua Portuguesa, em ‘Essa nossa canção’, “música e língua se unem como um sopro e se espalham como o vento pelo espaço expositivo”.
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SAIBA MAIS
Mostra temporária ‘Essa nossa canção’
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz, s/n – Luz – São Paulo
QUANDO: de terça a domingo, das 9h às 16h30
QUANTO: R$ 20 (inteira) / R$ 10 (meia) / R$ 10 (domingos para todos os públicos) / Grátis para crianças até 7 anos / Grátis aos sábados
A exposição fica em cartaz até março de 2024.
Ingressos à venda pelo Sympla
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