o “Encouraçado de Papelão”

AQUIDABÃ

A explosão que afundaria um dos mais potentes navios da Marinha brasileira aconteceu às 22h45, após três fortes ruídos.

foto: Domínio Público

foto: Domínio Público

Em cinco minutos, o encouraçado de mais de 85 metros de comprimento iria a pique, lançando 212 tripulantes nas águas escuras de Angra dos Reis, dos quais 112 pessoas morreram.

foto: Domínio Público

Durante o resgate, pouco se conseguiu retirar além de cadáveres, canhões e outros objetos. A pólvora em um paiol pouco refrigerado teria causado a explosão.

Naquela noite de 21 de janeiro de 1906, o Aquidabã estava fundeado na Ponta de Jacuecanga para um evento que marcava o início  da construção do primeiro porto militar  brasileiro.

foto: Domínio Público

O navio foi um dos mais avançados da época e era conhecido como “Encouraçado de Papelão”, devido à fragilidade de sua couraça.

Construído em um estaleiro inglês, em 1885, o Aquidabã teve papel importante na Revolta da Armada contra Marechal Floriano Peixoto, em 1893.

Naquela ocasião, o navio resistiu à artilharia da costa e cruzou três vezes a Baía de Guanabara, ficando então conhecido como “Casaca de Ferro”.

Hoje, os destroços estão entre 15 e 18 metros de profundidade, em um ponto de baixa visibilidade, onde ainda é possível ver caldeiras, estruturas metálicas e parte da torre de canhão.

Maurício Carvalho mergulhador e especialista em naufrágios

Embora em um local de águas turvas, há maior visibilidade na maré cheia e vento favorável. Porém, o reconhecimento das peças requer experiência.”

Desde 1913, o acidente é lembrado com um obelisco no alto de um pedestal sobre as sepulturas dos tripulantes mortos na explosão do Aquidabã, na enseada de Jacuecanga, em Angra dos Reis.