Peter Lund: o homem das cavernas
Pai da paleontologia e da espeleologia no Brasil, esse dinamarquês morou no país até a sua morte na cidade mineira de Lagoa Santa, em 1880.
O botânico Peter Lund explorou centenas de cavernas mineiras, cujos registros ajudam até hoje o trabalho de espeleologistas, apesar da precariedade dos equipamentos e condições de trabalho da época.
Sua maior contribuição foi a descoberta do Homem de Lagoa Santa, cujos fósseis encontrados provariam o convívio entre humanos e a Megafauna.
Suas escavações identificaram também animais como o tigre-dente-de-sabre e capivara, preguiça e tatu gigantes.
Recentemente, um grupo de pesquisadores mineiros encontrou a localização de uma das cavernas descritas por Lund, em Curvelo (MG).
Perdida há mais de 100 anos, essa formação foi reencontrada a partir de relatos e mapas deixados por Lund.
Registrada atualmente como Gruta do Tatu, a Lapa das Quatro Bocas descoberta por Lund há quase dois séculos já tem mais de um km de extensão.
Peter Lund nasceu em Copenhague e veio para o Brasil, em 1825, para estudar formigas no litoral do Rio de Janeiro e, em menos de uma década depois, se estabeleceria de vez no país.
Tudo começou quando o conterrâneo Peter Claussen, que explorava salitre na região de Lagoa Santa, comentou sobre a existência de ossos em cavernas da região, como a Gruta da Lapinha.
A contribuição de Lund para a paleontologia nacional inclui a descoberta de mais de 12 mil peças fósseis só na região de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
No clássico “A origem das espécies”, Charles Darwin chegou a fazer referências às cavernas do Brasil e aos estudos de Peter Lund sobre ossadas fósseis.
Peter Lund: o homem das cavernas texto e edição: Eduardo Vessoni fonte: SBE (Sociedade Brasileira de Espeleologia) / professor Luciano Emerich Faria / Centro Universitário Newton Paiva fotos: Divulgação / Wikimedia Commons / Flickr