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Neste 5 de janeiro é celebrado o centenário de morte de Ernest Henry Shackleton, um dos maiores líderes da humanidade, por sua capacidade de comandar uma viagem fracassada até o fim.
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ERNEST HENRY SHACKLETON
Fã de aventuras, o explorador irlandês esteve em expedições históricas como a Discovery (1901-1904) e Nimrod (1907–09).
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Mas sua aventura mais famosa é a Expedição Transantártica Imperial, de 1914 a 1917, considerada a última grande viagem da Era dos Descobrimentos.
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Sua viagem pela Antártica tinha tudo para dar errado. E deu...
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A empreitada, uma das mais impressionantes histórias de sobrevivência, pretendia cruzar o Continente Branco a pé, de ponta a ponta, entre o mar de Weddell e o Polo Sul.
Eduardo Vessoni
A viagem começou em Londres, em 1º de agosto de 1914, e em 20 de janeiro do ano seguinte, a apenas 160 km da Antártica, o navio a vapor Endurance foi impedido de seguir por conta de uma densa massa de gelo.
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A expedição da Inglaterra à Antártica era para quebrar recordes, pois Shackleton não se conformava de não ter sido o 1º explorador a chegar ao Polo Sul, título que o norueguês Roald Amundsen conquistara, em 1911.
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Sem ver terra firme por cerca de dois anos, a tripulação protagonizou uma perigosa viagem com frio extremo e longos meses de escuridão.
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Insistentes, aqueles 28 homens não imaginavam que ficariam presos ali por sete meses, até a primavera seguinte.
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A “batalha de gigantes” começou no inverno, com temperaturas a -30 °C, dias sem luz natural, focas usadas como comida e cachorros mortos por parasitas no estômago.
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A -25 °C, em 27 de outubro de 1915, Shackleton ordenou o abandono total da embarcação que agonizava sob a pressão do gelo antártico.
Eduardo Vessoni
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Passaram dois meses sobre pedaços flutuantes de gelo, caminharam com neve até os joelhos, os líquidos eram bebidos em tampas de latas e pedaços de madeira serviam de prato.
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Em busca de socorro, os sobreviventes fizeram travessias arriscadas para destinos como a Ilha Paulet, Shetland do Sul e Geórgia do Sul, onde parte do grupo chegou quase dois anos depois de deixarem a Inglaterra.
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O resgate dos 22 tripulantes que tinham ficado na Ilha Elefante demorou dez semanas, após três tentativas frustradas, devido à falta de barcos adequados para enfrentar águas furiosas.
Reprodução
A tripulação desembarcaria em Punta Arenas, no Chile, no dia 3 de setembro de 1916, sem que nenhuma morte fosse registrada.
vídeo: Coverr
Peça fundamental entre os tripulantes, Frank Hurley garantiu os únicos registros fotográficos daquela viagem polar.
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Suas fotos podem ser vistas em “Endurance: a lendária expedição de Shackleton à Antártida”, livro fotográfico com imagens feitas por Hurley.
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Em 1921, Shackleton embarcou em sua última viagem, a Expedição Shackleton–Rowett, marcando o fim dos tempos heroicos da exploração antártica.
No dia 5 de janeiro de 1922, fazendo o que mais gostava, Ernest Shackleton morreria de ataque cardíaco.
foto: Unsplash
A pedido da esposa Emily Shackleton, o corpo do explorador ficaria por ali mesmo, em Grytviken, na Geórgia do Sul.
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Eduardo Vessoni
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