A especulação imobiliária anda forte no continente e a nova invenção de Donald Trump faz a gente lembrar da época dos dados vermelhos e amarelos sobre o tabuleiro do War.
Enquanto Jair quer fazer uma Cancún em áreas preservadas e anda retalhando a maior floresta tropical do planeta; do outro lado das Américas, Donald Trump quer comprar a Groenlândia.
Recentemente, o presidente estadunidense anunciou seu interesse em adquirir a maior ilha do mundo, um território autônomo do reino da Dinamarca, bem ao lado do Canadá. Pelo o que andam dizendo por aí, a alucinação teria começado como piada na Casa Branca, no ano passado, até se transformar em certeza na cabeça do xerife dos Estados Unidos.
You want, but you won’t, cara pálida. Em outras palavras (da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, para ser mais exato), a Groenlândia “não está à venda”.
CONHEÇA A GROENLÂNDIA
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Com mais de 80% do território coberto por gelo e uma das menores densidades demográficas do planeta (0,14 pessoas por km²), a ilha teria gerado interesse por conta de questões geopolítica (sua posição estratégica, entre o Atlântico Norte e o Ártico, seria um aliado para a segurança nacional dos Estados Unidos) e pela possibilidade de exploração de recursos naturais, como pesca, minerais e uma das águas mais puras do mundo.
Os primeiros habitantes na ilha foram os indígenas inuítes da América do Norte, há 4.500 anos, e desde então pouco parece ter mudado por ali, mesmo após a passagem de expedições inglesas e norueguesas.
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Mas a ideia disparatada não é invenção de Donald Trump, o “engenheiro megalomaníaco” que anda querendo subir um muro na fronteira com o México, a fim de resolver todos os problemas do país. Em 1946, o então presidente dos EUA Harry Truman já havia feito uma proposta de 100 milhões de dólares para aquisição da Groenlândia.
Geograficamente, você estará no norte do continente americano; politicamente, sobre regras e leis da Europa. Visitar a Groenlândia é fazer uma viagem profunda na cultura inuíte, pejorativamente, chamada de esquimó. Tradicionalmente, território de pescadores e caçadores, o turismo representa hoje 60% da economia de Ittoqqortoormiit, segundo Mette Barselajsen, diretora do escritório de promoção de turismo do destino. Na Groenlândia, por exemplo, é possível fazer trilhas, navegações por fiordes e, no inverno, travessias em trenós de cachorros ou em motos de neve, e ver a Aurora Boreal, entre setembro e abril. LEIA TAMBÉM: “Antártica ou Ártico? Conheça as diferenças e viaje para os extremos do planeta”
Para chegar no ponto mais isolado da Groenlândia, na costa leste da ilha, um brasileiro saindo de São Paulo precisa encarar 4 voos e uma última etapa de helicóptero, um voo curto de 15 minutos sobre um dos maiores sistemas de fiordes do mundo.
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