A gente passa a vida inteira naquela eterna luta para, mais uma vez, tentar aprender uma língua estrangeira. Mas você já parou para pensar no alcance da língua portuguesa?
Autossuficiente linguisticamente e, por anos, com as costas voltadas para os vizinhos hispânicos, o Brasil parece só ter olhos (e ouvidos) para idiomas falados do lado de lá do oceano, como o inglês e, mais recentemente, o espanhol.
Para celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa, que desde 2020 acontece no dia 5 de maio, uma data criada pela Unesco, o Viagem em Pauta listou algumas curiosidades sobre o idioma e faz uma viagem visual pelos países que têm o português como língua oficial.
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Língua do mundo
Embora possa ser ouvido nos cinco continentes, o português é língua oficial de cerca de 285 milhões de falantes, em países da América do Sul, Europa, África e Ásia.
Na prática, isso significa que 3,8% da população mundial fala português, incluindo pelo menos sete milhões de falantes em comunidades diásporas (aquelas que falam o idioma no exterior), de acordo com dados do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, com sede em Cabo Verde. Por isso, é considerada a quarta língua mais falada do mundo, atrás do chinês, espanhol e inglês.
“A língua portuguesa é uma ponte que cruza todo o oceano, liga todos os continentes, a sua riqueza provém também desta diversidade”, define em nota, Francisco Duarte Lopes, embaixador de Portugal junto à ONU, em Nova Iorque.
Oficialmente, nove países falam português: Brasil, Portugal, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Guiné-Equatorial e Timor-Leste. Ainda que seja também um dos idiomas oficiais de Macau, na China, atualmente, apenas órgãos oficiais ou macaenses mais velhos se comunicam em português.
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Segundo o Instituto Camões, responsável pela promoção da língua e da cultura em nações lusofalantes, o português é o 3º idioma mais usado no Facebook, o 5º com maior número de usuários em toda a internet e é usado como língua oficial ou de trabalho em 32 organizações internacionais.
A maior parte da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) se encontra no hemisfério sul, cuja maior nação é o Brasil e a menor é o arquipélago de São Tomé e Príncipe, na África Central.
E para os adeptos do insistente portunhol (que não é nem português, muito menos espanhol), uma boa justificativa.
Curiosamente, entre os séculos 15 e 17, houve uma espécie de “castelhanização” da corte portuguesa, devido aos diversos casamentos de soberanos de Portugal com princesas espanholas. No entanto, o bilinguismo daquele momento daria lugar a um espanhol de características muito particulares.
“Era pronunciado com sotaque local e, além disso, a sua morfologia e a sua sintaxe afastavam-se frequentemente da norma do país vizinho”, lembra o linguista Paul Teyssier, no livro “História da língua portuguesa” (editora Martins Fontes).
O português é considerado também a primeira língua a ser globalizada no mundo (e que não nos deixem mentir os portugueses que ultrapassaram as fronteiras com as Grandes Navegações nas Américas e na Ásia, passando pela África.
Aliás, há menos de dois anos, foram celebrados os 500 anos da primeira volta ao mundo feita por europeus, uma travessia comandada pelo português Fernão de Magalhães.
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