Sem dúvida, essa é a versão mais radical de Bonito, daqueles experiências que a gente custa a acreditar no que está vendo.
A 23 km do centro da capital nacional do ecoturismo, no Mato Grosso do Sul, o Abismo Anhumas é uma caverna alagada com entrada e saída verticais, e acesso obrigatório por um rapel negativo (quando não se coloca os pés em nenhum ponto de apoio).
Do vão estreito onde começa a atividade até a plataforma flutuante sobre um lago interior são 72 metros de altura, o equivalente a um edifício de 26 andares. O Buraco, como o atrativo também é conhecido, é considerado uma das maiores cavernas submersas do Brasil.
Aberto para visita desde 1999, o Abismo Anhumas foi descoberto por causalidade, após um incêndio na vegetação da região, em 1970.
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Vai começar
A 265 km de Campo Grande, Bonito é um conjunto rochoso de 600 milhões de anos e conta com cerca de 78 cavernas mapeadas, entre secas e molhadas. E o Abismo Anhumas é a mais fascinante delas.
A descida é feita por um sistema de elevação (uma base, dois cabos de aço e um motor elétrico) que não exige nenhum esforço do visitante.
Ao longo do trajeto de cerca de cinco minutos, quando o salão principal se abre sob os pés, jardins suspensos se equilibram entre fendas e os primeiros espeleotemas começam a dar uma prévia do que vem pela frente.
Com esse novo sistema de rapel elétrico, o Anhumas democratizou seu acesso, antes disponível apenas para visitantes aprovados em um treinamento prévio na agência responsável, no dia anterior. A automatização ampliou também o perfil do visitante, como crianças, idosos e pessoas com até 150 kg.
Para quem ainda não se convenceu da potência da experiência, vale a pena lembrar que a atividade segue especificações internacionais de segurança e é operada por uma agência associada da ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura).
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No Buraco
Uma vez na plataforma, o visitante pode combinar três atividades diferentes.
A mais popular é a contemplação da caverna, seguida de passeios em botes infláveis que passam por algumas das principais formações do Anhumas.
Para quem quer se molhar, a segunda opção é a flutuação com colete e roupa de neoprene no lago interior de 80 metros de profundidade e visibilidade que pode chegar aos 60 metros de distância, de acordo com a época do ano.
Mas para ter uma experiência profunda, literalmente, a dica é o mergulho multinível com cilindro (apenas para certificados) em um anfiteatro alagado que abriga cones calcários que repousam dentro do lago.
Basta olhar para trás, e já com as lanternas apagadas, para o visitante ser surpreendido por uma impactante fileira de silhuetas de torres de até 20 metros de altura que parecem guardiões de algum jardim mágico.
A única luz que se tem no interior do Anhumas é o feixe de luz que entra pela boca maior do Anhumas, entre dezembro e janeiro.
Falta fundo, falta luz e às vezes parece até faltar ar.
O Abismo fascina e assombra, mas nada do que foi escrito aqui será suficiente para descrever o que se prova no local.
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