Em tempos de pandemia, o paulistano Eduardo Kobra segue fazendo… arte.
Arte urbana, de rua, Com ciência e fé.
Para celebrar os 468 anos de São Paulo, no último dia 25 de janeiro, Kobra inaugurou mais uma obra na capital paulista. “Ciência e Fé” é um mural de 20 metros de altura por dez de largura, em uma empena do Instituto de Radiologia, no Hospital das Clínicas.
Se da última vez os homenageados eram as vítimas da Covid-19, a inspiração agora são os profissionais da saúde que, com ciência e muita fé (não necessariamente nessa mesma ordem), ganharam esse trabalho com os inconfundíveis tons coloridos dos trabalhos assinados pelo artista.
“A obra mostra que ciência e fé caminham lado a lado. Cada uma nos fornece algo que não se pode obter a partir da outra”, define Kobra.
VEJA VÍDEO
LEIA TAMBÉM: “Kobra inaugura mural em homenagem às vítimas da Covid-19”
O artista, que durante a pandemia adiou 39 dos 40 convites que tinha para pintar no exterior, está preparando também a obra “Metamorfoses”, no Espaço de Convivência do prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas de São Paulo, um trabalho que vai do primeiro ao oitavo andar.
Com 34 metros de altura por 7,5 de largura, o mural deve ser finalizado até o final deste mês e terá borboletas que saem da água e vão até o alto do prédio.
“Metamorfoses” é uma homenagem aos doentes que precisam de esperança, fé e transformação para superar momentos difíceis.
“De alguma forma acho que a arte pode inspirar, atenuar o sofrimento e dar ânimo para seguir adiante às milhares de pessoas que passam por ali todos os dias”, explica o artista.
Ambas obras foram doadas para o hospital e para a cidade.
VEJA FOTOS DA OBRA
LEIA TAMBÉM: “Arte de rua em Berlim, uma das capitais mundiais do grafite”
Instituto Kobra
No ano passado, o artista inaugurou o Instituto Kobra, entidade que acredita na arte como agente transformador de vidas e realidades de adolescentes e jovens em estado de vulnerabilidade no Brasil.
Com atividades ainda virtuais, por conta da pandemia, o instituto promoverá ações em comunidades periféricas, levando manifestações artísticas (grafite, artes plásticas, música, teatro e literatura) aos que costumam ter menos acesso a museus e centros culturais.
Kobra espera também que o local seja um espaço para a discussão de temas como meio ambiente, respeito, luta pela liberdade e pautas antirracistas.
Em uma das primeiras ações de seu instituto, em fevereiro de 2021, o artista transformou um cilindro de oxigênio em desuso na obra “Respirar”, uma peça de 1m30 pintada como se fosse um recipiente transparente com uma árvore plantada em seu interior.
A obra foi adquirida por R$ 700 mil pela marca ONE, do Grupo VG & CO, cujo valor foi aplicado integralmente na instalação de duas usinas de oxigênio em Alvarães e Itacotiara, cidades do Amazonas, um dos estados mais afetados pela segunda onda de coronavírus, no início do ano passado.
Já em 2019, uma experiência embrionária do futuro instituto foi o projeto Galeria Circular, uma galeria itinerante de arte em um ônibus adaptado que percorreu 12 bairros da região metropolitana de São Paulo.
Parabéns Eduardo Kobra!
” A arte pode inspirar, atenuar o sofrimento e dar ânimo para seguir adiante.”
Concordo plenamente