Isolada no Oceano Pacífico, a Ilha de Páscoa é considerada o território mais distante de qualquer lugar povoado do planeta.
Isso significa dizer que você estará no meio do nada, a 4.100 km do Taiti e a longos 3.600 km da costa da América do Sul.
Originalmente conhecido como Te Pito o Te Henua (‘umbigo do mundo’, em língua rapa nui), esse território insular chileno surpreende com trilhas em fábrica de moais, mergulhos em águas, exageradamente, azuladas e caminhadas sobre vulcões.
Porém, o atrativo mais famoso nessa ilha de origem polinésia com mais de três milhões de anos são os moais, as estátuas gigantes feitas em homenagem a chefes de tribos locais.
O começo
A história dos rapa nui, habitantes da ilha, teria início com a chegada de um grupo proveniente da Polinésia, liderado pelo rei Hotu Matu´a e com o objetivo de colonizar novas terras, entre os séculos IV e VIII.
Porém, um dos capítulos mais intrigantes de sua história são os moais.
Primeiro, eram erguidos os ahus, plataformas cerimoniais de pedra, e logo vinham as imensas estátuas com cabeças grandes e mãos sobre o corpo, encomendadas como homenagens aos chefes das tribos locais ou a ancestrais transformados em divindades.
Segundo estudos, essas construções foram erguidas em três etapas: entre 800 e 1000 d.C., de 1000 a 1200, e entre os anos 1200 e 1600, período no qual pertence a maioria dos moais atuais.
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PRAIAS
Na costa norte da ilha, Anakena é a mais popular das faixas de areia da Ilha de Páscoa.
Essa tranquila praia de águas cristalinas é uma das melhores opções de banho para quem não quer encarar as águas agitadas do Pacífico. As ondas fracas e as temperaturas amenas são ideias para crianças e prática de esportes como snorkeling.
O local, a 18 km a noroeste de Hanga Roa, abriga duas plataformas de moais restauradas: o Ahu Ature Huki e o Ahu Nau Nau.
A ilha abriga também outras praias como a Ovahe, em uma enseada ao lado de Anakena e uma das poucas praias de areia. Já a Pea é uma minúscula faixa de areia, em pleno centro de Hanga Roa, que serve de opção para banhistas que não querem se deslocar até Anakena.
TRILHA
Uma das caminhadas mais famosas é a que segue até o vulcão Teravaka, no extremo norte de Páscoa. O local é o ponto mais alto da ilha, a 511 metros sobre nível do mar.
Fica a 8,5 km da cidade e pode ser visitado em caminhadas a partir de Hanga Roa, em uma trilha de cerca de 1h30.
Uma das trilhas mais básicas é a Ara O Te Moai, uma caminhada de duas horas por antigos caminhos onde os rapa nui transportavam os moias do vulcão Rano Raraku aos altares sagrados.
No local, estátuas espalhadas aleatoriamente pelo chão podem ser vistas em diversas etapas de fabricação, provavelmente, abandonadas durante o período de declínio da cultura local.
Dali, é possível caminhar até o Ahu Tongariki, a famosa plataforma com 15 moais.
VULCÕES
O Rano Kau é um dos três centros vulcânicos que deram origem à Ilha de Páscoa e é porta de entrada natural a Orongo, antiga aldeia cerimonial rapa nui.
A 324 metros sobre o nível do mar, esse vulcão tem cerca de 2,5 milhões de anos e entrou em erupção pela última vez, há 180 mil anos.
O Rano Kau abriga uma cratera com uma bela lagoa com microclimas que favorecem o desenvolvimento de diversas espécies de plantas. Os paredões íngremes do vulcão, sobretudo as rochas desgastadas pela erosão marinha do lado sul, são uma das imagens mais impressionantes de toda a ilha.
A propósito, a Ilha de Páscoa é o topo de uma cadeia rochosa de uns três milhões de anos que se esconde a três mil metros no fundo do mar. A partir de explosões vulcânicas surgiram formações impressionantes como os vulcões Rano Kau e Rano Raraku.
CENTROS CERIMONIAIS
Tongariki, na baía Haga Nui, é a maior plataforma funerária de Rapa Nui e abriga uma sequência de 15 moais, estátuas gigantes erguidas em reverência a seus criadores rapa nui.
Mas como teriam chegado até ali aquelas imensas rochas vulcânicas talhadas de até 86 toneladas?
Algumas pesquisas defendem a ideia de que eram transportadas sobre troncos que rolavam sobre o terreno irregular da ilha; outras afirmam que estruturas feitas com pedras lisas ajudavam no transporte.
Mas a melhor das teorias é a que vem da tradição oral: os moais, simplesmente, caminhavam.
CAVERNAS
A ilha guarda atrativos escondidos como as impressionantes cavernas de origem vulcânica com salões internos e janelas naturais com vista para o Pacífico, como a Ana Kakenga.
Essas formações subterrâneas interligadas por escuros e largos corredores naturais se originaram a partir de trabalhos vulcânicos, há milhões de anos.
A população rapa nui, que havia se multiplicado logo após a chegada dos primeiros habitantes na ilha, foi vítima de uma intensa escassez de alimentos em uma superfície com recursos limitados, dando origem a disputas internas que obrigaram muito daqueles homens a se esconderem no interior dessas cavernas.
MERGULHO
A transparência das águas que banham a Ilha de Páscoa e a variedade de peixes atraiu até o mais exigente dos mergulhadores, o francês Jacques Cousteau.
Seja com cilindro ou snorkel, os mergulhos são algumas das experiências mais marcantes do destino, como o que acontece no Motu Nui.
As ilhotas de Iti, Kao Kao e Nui são os lugares preferidos de amadores e profissionais que buscam a imensidão do Pacífico com paredões rochosos de até 70 metros de profundidade e corais gigantes.
Para quem não é certificado, é possível mergulhar durante os passeios embarcados que incluem paradas para banho de mar.
SUA GENTE
Simpática e de sorriso fácil, a população local da Ilha de Páscoa é um dos destaques do destino.
(Re)descoberta por navios ocidentais, em um domingo de Páscoa de 1722, a ilha é uma das três extremidades de um triângulo imaginário formado pela Nova Zelândia e pelo Havaí, na chamada Oceania Remota.
Mais do que formar uma imensa área de milhões de quilômetros quadrados, esse conjunto de territórios distantes tem em comum a mesma origem polinésia e um certo gosto por histórias intrigantes.
PÔR DO SOL
O setor cerimonial de Ahu Tahai, próximo a Hanga Roa, abriga três plataformas e é famoso pelos concorridos finais de tarde.
Localizado em frente ao ahu Vai Uri, é procurado por visitantes que lotam o gramado que fica em frente a uma antiga praça usada com fins religiosos.
Outra atração popular por ali é o Ahu Ko te Riku, moai com chapéu e olhos introduzidos para fins turísticos, durante o processo de restauração, no setor costeiro da avenida Atamu Tekena.
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