O antigo porto negreiro e comercial de Cartagena, na Colômbia, aliado à sua posição privilegiada para esconderijo de tesouros da Coroa espanhola, já despertou o interesse de piratas e corsários do outro lado do Atlântico.
Porém, o que sobrou daquela agitada época (e olha que não é pouco) ainda convida turistas para conhecer um dos destinos mais cenográficos das Américas.
Não à toa, Cartagena das Índias foi um dos três destinos turísticos da Colômbia mais procurados para viajar depois da onda de quarentenas pelo mundo, segundo o Ministério do Comércio, Indústria e Turismo do país.
‘La Heroica’, como Cartagena das Índias também é conhecida, é Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco e vê a arquitetura colonial bem preservada se encontrar com os traços modernos dos prédios dos bairros de luxo.
De um dos lado da Baía de las Ánimas, edifícios brancos recém inaugurados preenchem as poucas áreas disponíveis das avenidas de calçadas largas do bairro Bocagrande, que lembra algum paraíso de compras nos EUA.
Mas não muito longe dali, uma fascinante cidade se esconde por trás de grossos muros de proteção.
Conhecido como Corralito de Piedras, o amuralhado centro histórico de Cartagena tem 13 quilômetros de muros, 16 fortalezas e 7 fortes.
Com tanta proteção externa, que começou a ser planejada ainda no século 16, é de se esperar que o talento histórico da cidade tenha ultrapassado os anos e transformado Cartagena em um dos destinos turísticos mais visitados na Colômbia.
É ali que os visitantes circulam por ruas estreitas de paralelepípedos e casarões coloridos de estilo colonial com sacadas espanholas talhadas em madeira.
Caribe mais perto
Destino cobiçado de todo brasileiro, o Caribe ficará mais perto.
A partir do próximo dia 10 de janeiro de 2023, o aeroporto de Guarulhos passará a contar com um voo inédito e direto da Avianca com destino a Cartagena.
Inicialmente, serão três voos semanais em cada sentido, operados às quartas, sextas e domingos (São Paulo – Cartagena). Já no sentido oposto, os voos partirão às terças, quintas e sábados. SAIBA MAIS
O que fazer em Cartagena
Praias
Para não se frustrar, evite as faixas de areia próximas ao centro urbano de Cartagena, como as de Bocagrande ou da avenida Santander, em direção ao aeroporto.
Para ver aquele marzão turquesa que todo brasileiro espera, é preciso fazer deslocamentos mais longos.
A uma hora da cidade, o arquipélago Islas del Rosario tem ilhas e ilhotas protegidas pelo Parque Nacional Natural Los Corales del Rosario e de San Bernardo que, assim como as muralhas que guardavam as riquezas espanholas, preserva um dos cenários mais bonitos da Colômbia.
Entre os destaques estão a Playa Blanca, na Ilha Barú; a Playa Azul, ilha que pertence a Cholón e Barú; e a Laguna Encantada, lago de água salgada na Ilha Grande, conhecido por sua cor fosforescente onde é possível nadar à noite.
Castillo San Felipe de Barajas
Erguida por 36 anos, a partir de 1656, na colina San Lázaro essa construção é uma das 7 Maravilhas da Colômbia e um dos atrativos mais famosos de Cartagena.
O local abriga canhões da época de disputas estratégicas e galerias subterrâneas com saídas falsas que serviam como armadilhas para invasores desavisados.
Catedral de Cartagena de Indias
O principal templo religioso da cidade, oficialmente chamado Santa Catalina de Alejandría, começou a ser construído em 1577 e só ficou pronto mais de 80 depois.
Seu projeto arquitetônico é baseado em basílicas andaluzas e das Ilhas Canárias, criado pelo espanhol Simón González para substituir a antiga igreja de madeira e acompanhar a modernização pela qual passava a cidade.
Museo del Oro
Esse pequeno museu de dois andares não chega a ter a mesma variedade e dimensão do seu homônimo na capital Bogotá, mas abriga um interessante acervo de peças que reconta a história da metalurgia em toda a Colômbia, a partir de vestígios arqueológicos de 500 a.C. até a conquista espanhola.
Atualmente, abriga mais de 900 objetos arqueológicos, entre cerâmicas, ossos e conchas.
Algumas peças expostas feitas em ouro foram preparadas com a curiosa técnica da ‘cera perdida’, em que se utilizava cera de abelha e argila para os moldes de objetos de decoração pessoal, como narigueiras, e de uso ritual.
Palacio de la Inquisición
Em séculos passados, o Caribe viu não só um encontro de raças trazidas por brancos invasores, mas também um choque de práticas culturais e religiosas que horrorizavam católicos europeus.
O resultado dos 200 anos de atuação inquisitória foram a elaboração de 200 processos e o envio de cinco pessoas à fogueira. Do resto, sobraram apenas tristes histórias contadas a partir desse acervo com objetos de torturas e até receitas de bruxaria.
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