Louco, masoquista e ídolo das mulheres. Sidney Magal já foi chamado de tudo, mas ele logo avisa:
– Eu não sou só isso.
Na próxima quinta-feira, 12 de janeiro, chega aos cinemas o documentário ‘Me Chama que eu Vou’, longa que relembra os 50 anos de carreira desse cantor, dançarino, ator e dublador.
São tantos hits musicais e histórias curiosas para ouvir que o púbico nem se dá conta dos 70 minutos de filme, onde o artista também canta trechos de músicas ao som do piano.
O longa é dirigido por Joana Mariani, que divide o roteiro com Eduardo Gripa, e é contado em primeira pessoa pelo próprio Sidney Magalhães (eis a primeira curiosidade), nome de batismo desse artista carioca de 72 anos.
Aliás, seus primeiros nomes artísticos foram Sid Sonny e Sidney Rossi. Mas nenhum deles pegou.
Aos 20 anos, o carioca foi dançar na Europa, mas como lembra o próprio artista, um cara numa boate da Itália achava o sobrenome Magalhães “impronunciável”. Nascia então Sidney Magal.
Seja lá qual fosse o disco lançado pelo artista, não tem como negar que seu nome estará eternamente vinculado a sucessos como “Meu Sangue Ferve por Você” e “Sandra Rosa Madalena”, hits capazes de arrastar fãs alucinadas por onde ele passasse.
Por isso, ao longo do filme (e por diversas vezes), o cantor faz questão de deixar bem clara a diferença entre Magal (“personalidade artística”, o “garanhão”) e Magalhães (o “caseiro”, o homem de família).
– Eu gosto de dividir, explica.
No filme, o público conhece até o armário do artista. De um lado, o figurino exclusivo de Magal; do outro, o de Magalhães, de tons mais sóbrios.
– Ele tem duas personalidades, brinca o filho Rodrigo West, em um dos momentos desse documentário que, sem se escorar em depoimentos rasga seda de outras personalidades, é um encontro com o núcleo familiar mais íntimo do artista.
VEJA OUTRAS CURIOSIDADES
“Eu tô inteiro nesse documentário para vocês”
(Sidney Magal)
Talento que vem de berço
Uma das inspirações de Magal foi a própria mãe, Sônia Brandão de Magalhães, que sonhava ser cantora e chegou a fazer participações nos shows do filho.
– Ela era muito mais artista que eu e me dava liberdade para que eu fosse eu mesmo, diz Magal, cuja mãe cantou até os 82 anos, quando faleceu.
Nessa espécie de álbum de família aberto ao público, o artista revela também que o poeta e compositor Vinícius de Moraes era primo da sua mãe, para quem chegou a pedir uma canção para gravar.
– Vini, me ajuda aí com uma música, pediu certa vez o jovem Magal.
– Numa boa, primo, se eu tenho esse seu tipo físico, eu não estava cantando Bossa Nova, devolveu o Poetinha.
Aliás, depois de anos sem emplacar um sucesso, sua volta triunfante foi com ‘Me chama que vou’, música escolhida como tema de abertura da novela ‘Rainha da Sucata’, em 1990.
Foi nessa mesma época que Magal foi colocado sob o rótulo de “nova onda brega cafona”. Mas, no filme de Joana Mariani, o cantor não hesita em rebater.
– Aprendi com os meus pais que gosto não se discute.
Seja lá qual for a preferência musical do público, ‘Me Chama que eu Vou’ é um documentário musical que entretém com as diversas frases de efeito de Magal, informa com o variado arquivo de imagens pessoais e de televisão, e tem ar de bate papo familiar ao redor da mesa de jantar.
VEJA TAMBÉM: “Fotos do documentário sobre Sidney Magal”
‘Me Chama que eu Vou’
70 minutos
Classificação: 10 anos
Direção: Joana Mariani
Roteiristas: Joana Mariani/ Eduardo Gripa
Produção: Diane Maia / Mar Filmes em parceria com a Globo News/Globo Filmes, Canal Brasil e Mistika
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