Não faz muito tempo, essa região central de São Paulo não passava de um bairro oriental com cenografia japonesa, como as tradicionais lanternas e o pórtico torii, na Rua Galvão Bueno.
Logo foram chegando estabelecimentos comerciais hypados, a programação cultural foi se renovando e a Liberdade se firmou como um dos principais atrativos turísticos da capital paulista, com opções gastronômicas e comércio japonês, coreano e chinês.
Endereço da maior comunidade japonesa fora da Ásia, o bairro é hoje um pedaço do Japão em São Paulo, onde moram cerca de 400 mil japoneses e descendentes, segundo o site Cidade de São Paulo.
Entre os atrativos, o visitante conta com ruas com decoração oriental, templos e jardins abertos para visitação, karaoke e feirinha.
Para quem não mora em São Paulo, o Nikkey Palace é uma das opções de hospedagem no próprio bairro, na rua Galvão Bueno.
Em funcionamento há mais de 30 anos, esse hotel tem 99 apartamentos e abriga o recém inaugurado Itigo Itie, espaço inspirado nos cafés orientais.
Liberdade
Apesar do nome atual e de estar associado à cultura japonesa, o bairro nem sempre foi lugar de liberdade.
Até o início do século XIX, a região era conhecida como Bairro da Pólvora, devido à uma casa do gênero, localizada no largo da Pólvora.
Outro endereço conhecido (e temido) era o Largo da Forca, onde ficava esse instrumento para a execução de condenados à pena de morte, cujo personagem mais famoso a passar por ali foi o soldado Chaguinhas.
Aliás, a história desse cabo do Primeiro Batalhão de Santos seria uma das explicações para a origem do atual nome do bairro.
Em 1821, o cabo Francisco José das Chagas foi condenado à forca por reivindicar aumento de salário. Porém, as cordas que o sustentavam arrebentaram diversas vezes e o público teria começado a entoar “liberdade, liberdade”.
Não muito longe dali, o bairro abrigou também até 1858 o Cemitério dos Aflitos, primeiro cemitério público de São Paulo, onde eram enterradas pessoas socialmente marginalizadas, como escravos, presos e doentes contagiosos.
Em 2018, um trabalho arqueológico nesse terreno de 400m², entre as ruas dos Aflitos e Galvão Bueno, revelou nove ossadas humanas acompanhadas de adornos de vidro.
Segundo o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o local é classificado como Área de Interesse Arqueológico, por conta de outras ocorrências arqueológicas nas proximidades, como a Praça João Mendes e a atual Avenida Liberdade.
O QUE FAZER NA LIBERDADE
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O que fazer na Liberdade
Viaduto Cidade de Osaka
Apresentações de artistas e barracas com artesanato são algumas das atrações de um dos endereços mais instagramáveis da Liberdade, na rua Galvão Bueno.
Jardim Oriental
Na mesma rua fica esse pequeno espaço com um lago com carpas, vegetação e paisagismo típicos japoneses, aberto todos os dias das 10h às 16h.
Feirinha da Liberdade
Nos finais de semana, das 9h às 18h, é um dos principais atrativos do bairro e conta com barracas de comida, como yakisoba, guioza, tempurá e espetinhos de camarão e polvo.
Templo Busshinji
Esse espaço budista fundado em 1955 tem visitação com meditações guiadas, além de cerimônias abertas ao público. O atrativo fica na Rua São Joaquim, 285.
Museu Histórico da Imigração Japonesa
Documentos, fotos e vestimentas fazem do local o maior acervo relacionado à história da imigração japonesa no Brasil, com cerca de 97 mil itens.
Rua São Joaquim, 381 – 7º, 8º e 9º andares
De terça-feira a domingo, das 13h às 17h
Ingresso: R$ 16
Restaurantes
Outro destaque é a gastronomia, com opções não só do Japão, mas também da China, Coreia, Tailândia, Filipinas e até da Índia, na rua Thomaz Gonzaga e arredores.
Karaokês
Com salas reservadas ou coletivas, esses espaços também são uma das atrações mais procuradas na Liberdade, como o Box Kampai, o Pub karaokê kaze e o Tequila’s Karaokê.
Capela Santa Cruz Almas Dos Enforcados
Fica na Praça da Liberdade e foi construída em 1887 no local onde ficava a cruz em homenagem ao soldado Chaguinhas, executado no local.
Palacete Conde de Sarzedas
Tombado como patrimônio municipal, essa construção do final do século 19 abriga o Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo, na Rua Conde de Sarzedas, 100, na Sé.
De segunda a sexta-feira, das 13h às 17h.
Cursos
Para se aprofundar na cultura tradicional, o bairro conta com aulas experimentais de kung fu, no Templo Lohan, e de desenho de mangás, na Escola de Mangá Japan Sunset.
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