No próximo dia 23 de novembro, quinta-feira, estreia o tão aguardado filme ‘Napoelão’, que deve entrar para a história do cinema como uma das mais dinâmicas sequências de batalhas já filmadas.
Conhecido por clássicos como ‘Alien’, ‘Blade Runner’ e ‘Thelma e Louise’, o diretor Ridley Scott retorna ao set com esse épico histórico sobre a incansável luta de Napoleão Bonaparte (Joaquin Phoenix) pelo poder e sua relação com o verdadeiro amor do imperador francês por Josephine (Vanessa Kirby).
Mas se a vida do imperador francês foi de conquistas e prestígio, seus últimos anos de vida foram de isolamento, em um dos endereços mais remotos do planeta.
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Quase seis anos antes de morrer, Napoleão passou recluso na ilha de Santa Helena, um Território Ultramarino Britânico que funcionava como uma fortaleza natural, a cinco dias de navio da Cidade do Cabo, na África do Sul.
Só para ter uma ideia, o pedaço de terra mais perto é a Ilha de Ascensão, no Atlântico Sul, a 1.125 km de distância. Já a América do Sul fica a 2.900 km dali.
Não poderia haver lugar melhor para o exílio de um prisioneiro como Napoleão.
Isolado em uma casa no distrito de Longwood, após ser derrotado na Batalha de Waterloo, o líder militar francês esteve sob olhares de soldados britânicos até morrer de câncer no estômago, em 1821.
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Napoleão
Atualmente, a ilha de Santa Helena tem a história de Bonaparte como o principal atrativo turístico, bem na porta de casa.
Sobre um platô desprotegido dos ventos violentos da ilha fica a Longwood House, a última morada do militar, uma casa confortável com dois quartos, banheiro, varanda, salas de jantar e de estar, mesa de sinuca e biblioteca.
Aliás, dizem, Napoleão teria feito dois furos com uma na persiana da casa-presídio para acompanhar a movimentação dos soldados do lado de fora.
Foi ali que o francês aproveitou também para ditar suas memórias, projetar o famoso jardim que circunda a casa até hoje e cuidar da horta particular, cujo excedente era compartilhado com os britânicos.
Embora seus restos mortais estejam sob a cúpula do Palácio dos Inválidos, em Paris, Napoleão Bonaparte pode ser relembrado na ilha numa cripta, também aberta à visitação pública, rodeada por 12 ciprestes em memória aos 12 anos de Guerras Napoleônicas.
Após uma longa negociação com o Reino Unido, a França adquiriu as duas propriedades relacionadas à história de Napoleão e, desde 1858, mantém um representante francês na ilha para administração das propriedades.
Turismo em Santa Helena
Nas palavras do cientista Charles Darwin, que esteve em Santa Helena durante sua famosa volta ao mundo, entre 1831 e 1836, a ilha é como um castelo negro que “se eleva abruptamente do oceano”.
O turismo por ali ainda é discreto, algo em torno de quatro mil visitantes por ano, de acordo estatísticas divulgadas pelo governo da ilha.
Além do roteiro dedicado a Napoleão, os raros visitantes contam também com atividades turísticas como mergulho e snorkeling em águas de até 40 metros de visibilidade, além de 21 opções de trilhas com extensão que varia de 1,5 km a 12 km.
Devido ao isolamento, os produtos na ilha costumam ser importados por conta dos encargos de frete. Por isso, prepare o bolso para preços mais elevados, em relação ao Reino Unido e à África do Sul. Inclusive, alguns produtos podem ter limitações e até sofrer escassez.
Difícil mesmo é encarar a ventania.
Nessa ilha de origem vulcânica, os ventos são tão fortes que a primeira operação aérea comercial só aconteceu em 2017, quando um Embraer 190 provou dar conta da ventania.
Como chegar
A forma mais rápida são os voos que fazem a rota entre Joanesburgo, na África do Sul, e Jamestown, capital de Santa Helena.
Com duração de 6h25m, o voo da Airlink faz uma parada técnica em Walvis Bay, na Namíbia, e custava cerca de R$ 4.500, para saídas em janeiro de 2024.
Outra opção são os navios que aportam na ilha, durante a temporada de cruzeiro, entre outubro e abril.
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