Como é a Avenida dos Vulcões, no Equador

Em locais como as serras do Equador, uma avenida não é apenas uma via urbana de circulação de automóveis. Por ali, prédios e estabelecimentos comerciais dão lugar a imponentes e temidas estruturas geológicas.

A Avenida de los Volcanes (‘Avenida dos Vulcões’, em português) tem cerca de 350 km de extensão, às margens da rodovia Panamericana, e faz parte de um corredor natural que funciona como uma espécie de rota de fogo com vulcões invocados, em cidades como a capital Quito, Otavalo e Riobamba.

É ali que fica o Cotopaxi, um dos vulcões ativos mais altos do mundo e o segundo mais alto do Equador, a 5.897 metros sobre o nível do mar.

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foto: Alex Boas/turismo.gob.ec

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A “avenida” ganhou esse nome de ninguém menos que Alexander Von Humbolt, alemão considerado “o pai do movimento ambientalista” e primeiro cientista a falar das nocivas alterações climáticas.

O nome dado por Humboldt foi inspirado pela simetria e alinhamento perfeitos de seus vulcões, como o Sangay, em constante erupção, e o Antisana, cujos picos estão sempre nevados (sabe-se lá até quando), considerado o maior glaciar do Equador, com seus pico a 5.704 de altitude

Outro vulcão que pode ser visitado é o Chimborazo, um dos atrativos turísticos mais famosos do Equador e a montanha mais alta do país, a 6.268 m.s.n.m. Não é à toa que Chimborazo é considerada “a província dos altos cumes”, endereço também do vulcão extinto El Altar, a 5.319 m.s.n.m..

Segundo o Instituto Geofísico da Escuela Politécnica Nacional, a última erupção do Chimborazo, a 150 km de Quito, data entre os séculos V e VIII.

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foto: Creative Commons

Natureza em fúria

Assim como na lenda andina que conta a disputa violenta entre o Chimborazo e o Cotopaxi pelo amor da bela Tungurahua, os vulcões do Equador estão sempre dispostos a mostrar sua força. Um dos casos mais recentes é a própria Tungurahua que, pelo apelido “Gargante de Fogo”, já dá para ter uma ideia de sua potência.

Em processo eruptivo desde 1999, esse colosso de mais de cinco mil metros inquieta a população de cidades como Baños e Ambatos, de onde é possível ver rochas incandescentes rolando por suas ladeiras.

Localizado no Parque Nacional Sangay, endereço também do El Altar, o vulcão Tungurahua começou a ter constantes registros de erupções explosivas, em 2006, cujas cinzas levadas pelos ventos chegaram até Guayaquil, a 280 km dali.

imagem: Creative Commons

A Avenida dos Vulcões, com seus cerca de 30 picos, faz parte do Cinturão Vulcânico dos Andes, uma das regiões que formam o temido Círculo de Fogo do Pacífico, uma área de 40 mil quilômetros em forma de ferradura, entre as Américas e a Ásia.

Com cerca de 450 vulcões, essa extensa região é considerada a origem de, aproximadamente, 90% dos terremotos de todo o mundo.

Em sua viagem pelo continente, entre 1799 e 1804, Humboldt teria acessado, até onde o ar rarefeito permitiu, todos os vulcões do Equador e concluído que tudo na natureza está interligado.

Em junho de 1802, acompanhado do botânico Aimé Bonpland e em lombo de mulas, o alemão subiu parte do Chimborazo por um terreno extremamente nevado, cheio de penhascos e fendas traiçoeiras. Ao desistir de chegar ao topo, quando a comitiva estava a quase seis mil metros, Humboldt se tornava o primeiro a atingir aquela altitude em toda a história do montanhismo.

COMO CHEGAR

O Chimborazo e o Cotopaxi, a 150 e a 50 quilômetros de Quito, respectivamente, são os vulcões mais populares ao longo da ‘Avenida dos Vulcões’, cujos ônibus intermunicipais saem do Terminal Terrestre de Quitumbe, em Quito.

Mas, em se tratando de uma região nem sempre amigável com quem não está acostumado a se locomover por estradas isoladas, o mais recomendável é contratar tours guiados do tipo bate e volta, que saem da capital do Equador.


QUITO TOUR BUS
foto: Quito Tour Bus/Reprodução

Com duração de um dia inteiro, o tour em ônibus de dois andares faz paradas no Parque Nacional Cotopaxi, na fronteira da província de Pichincha, onde é feita também uma caminhada guida pela Laguna de Limpiopungo, de origem glacial, e até o Refúgio José Rivas, a 4.864 metros de altitude.

Outra opção de roteiro é a Reserva Ecológica Los Ilinizas, a três horas de Quito. É ali que fica o vulcão Quilotoa, cuja cratera abriga uma lagoa de águas turquesas, devido à grande quantidade de enxofre.

Os tours diários custam US$ 49 por pessoa (R$ 240, aproximadamente) e são operados pela Quito Tour Bus (quitotourbus.com).

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* com informações do Ministério de Turismo do Equador

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