O Playcenter vai voltar? Veja atrações do parque recém-comprado pela Cacau Show

Já imaginou um parque de diversões 24 horas e com ingressos a US$ 1 por brinquedo?

Talvez você não seja dessa época, mas foi assim que o Playcenter começou, inicialmente, na região do Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Fundado por Marcelo Gutglas, em 1971, esse pioneiro do setor de parques de diversão no Brasil tinha fliperamas, tobogã e a primeira montanha-russa de metal do Brasil.

Mas, dois anos depois, a área de cinco mil m² ficaria pequena para aquele “lugar onde tudo acontece”.

foto: Divulgação

Foi numa sexta-feira, 27 de julho de 1973, que o parque ganhou outras dimensões e foi aberto em um terreno de 30 mil m², na Barra Funda, “no meio do nada, em plena Marginal do Tietê”, nas palavras do fundador, atraindo visitantes de todas as partes do país para aquele que ficaria conhecido como “o primeiro parque de diversões de grande porte do Brasil”.

Brincar em novidades como a montanha-russa gigante Colossus, o Castelo Mal Assombrado e o show de ilusão ótica da Monga mudaria o conceito de entretenimento para o brasileiro. Na época da reinauguração, por exemplo, o parque chegou a abrigar 40 mil pessoas, em um único final de semana, e só fechava as portas às duas da manhã.

Playcenter na década de 1970, no Ibirapuera (foto: Divulgação)

Mas os planos de Gutglas não tinham limites e, nos anos seguintes, o Play, como o parque era carinhosamente chamado, recebeu atrações como o boneco King Kong com 15 metros de altura, inaugurado pela atriz do filme homônimo de 1976, Jessica Lange; show do palhaço Bozo para 30 mil pessoas; e a Eva, boneca de fibra, em que o visitante fazia uma ‘Viagem fantástica ao corpo humano’.

Sem falar nos artistas internacionais que passaram por lá, como Michael Jackson e o grupo musical Menudo.

Fechado em 9 de julho de 2012, o Playcenter recebeu cerca de 60 milhões de pessoas, ao longo de quase quatro décadas de funcionamento na Barra Funda.

Em janeiro de 2018, foi aberto o Playcenter Family, no Shopping Aricanduva, na zona leste de São Paulo, como um parque indoor com 5 mil m² e pé direito de 14 metros de altura. Com atrações familiares, como carrinhos Auto Pista e a Barca Pirata, o local atende também aos adultos nostálgicos.

Playcenter Family, em janeiro de 2020 (foto: Divulgação)

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Super Jet
De origem italiana, essa montanha-russa foi uma das atrações da inauguração do Playcenter, em 1973, e funcionou até 1998.

O trajeto tinha 520 metros e seu ponto mais alto estava a 16 metros de altura, de onde os carrinhos despencavam a uma velocidade de até 80 km/h.

Outras montanhas-russas
Ao longo de sua história, o parque abrigou outras atrações do gênero, como a Colossus, a primeira com looping duplo, e a Boomerang, com circuito de costas.

Super Jet (foto: Divulgação)

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Monga
Inaugurada em 1977, essa foi uma das atrações de maior sucesso do Playcenter, que funcionava em um galpão com cenografia com efeitos de ilusionismo e iluminação, em que uma mulher se transformava em um gorila.

Em novembro de 2007, a atração foi repaginada e ganhou o nome de “O Mistério da Monga”, com novo enredo e cenografia ainda mais caprichada.

Viking
Desde sua inauguração no início dos anos 1980, essa barca foi outra sensação do Playcenter.

Com capacidade para até 54 pessoas, o brinquedo chegava a 13,5 metros de altura e funcionou até o fechamento do parque, em 2012.

foto: Playcenter/Reprodução

Eva
Em uma área de 15 mil m², essa boneca gigante de fibra de vidro, acrílico e espuma foi outra atração de sucesso no parque, entre 1984 e 1989.

A atração consistia numa visita pelo interior de Eva, onde era possível ver seus órgãos humanos, inclusive o feto do bebê que estava esperando.

Mini Trenó
Conhecida também como Splashinho, em referência à versão para adultos, a atração tinha oito barcos que circulavam por um canal de água corrente que terminava com uma queda livre.

foto: Divulgação

Montanha Encantada
Essa era daquelas atrações em que o visitante passava, facilmente, duas horas na fila de entrada. Por hora, o brinquedo recebia até 700 pessoas.

Inaugurado em 1980, em uma área de 3 mil m², esse circuito aquático era feito em barcos em forma de tronco de árvore que passavam por diversos cenários temáticos, como uma fábrica de chocolate e o jardim da Branca de Neve.

Quando esteve no parque, em 1993, o cantor Michael Jackson quis comprar a atração para ser instalada no seu Rancho Neverland, na Califórnia (EUA). Mas, para nossa sorte, o proprietário do Playcenter não vendeu o brinquedo, que funcionou até ser fechado por conta de um incêndio, em 2005.

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Noites do Terror
Inaugurado em 1988, inspirado em um parque de Los Angeles, o evento dava outros ares ao parque, a partir das 21h, com decoração, personagens e o Labirinto do Espanto, área cenográfica com cenários e um elenco de 160 atores maquiados.

Edição do Noites do Terror, em 2008 (foto: Divulgação)

O Playcenter vai voltar?

Em nota divulgada para a imprensa, no último dia 20 de fevereiro, a empresa de chocolates Cacau Show anunciou o contrato de compra e venda de todas as marcas e ativos do Grupo Playcenter, cujo valor da negociação não foi divulgado.

Ainda segundo o informe, a decisão da venda exclusiva para a Cacau Show ocorreu por conta da identificação de valores e propósitos compartilhados entre as duas empresas.

“Tivemos a certeza de que [Alê Costa] seria a pessoa ideal para se tornar o sucessor do legado e do pioneirismo do Playcenter no segmento de parques de diversões do Brasil”, descreveu Marcelo Gutglas, fundador do Grupo Playcenter.

foto: Divulgação

Assim como informou o jornal O Globo, na edição desta quarta-feira, 21 de fevereiro, a fabricante de chocolates deve assumir o setor de alimentos e bebidas dos parques da marca adquirida.

“Estamos ansiosos para integrar o Grupo Playcenter à família Cacau Show. Durante os nossos primeiros 35 anos de história, o cacau e o chocolate sempre estiveram presentes em nossa marca e, agora, o nosso show vai além do nosso produto”, comemorou Alê Costa, fundador e CEO da empresa.

No entanto, a operação de compra e venda ainda está em análise pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e, até a aprovação formal do órgão regulador, as empresas continuam atuando independentes.

* fontes: Playcenter Family e o livro “Playcenter: o lugar onde tudo acontecia”, de Maurício Nunes.

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