“Dá licença de contar, que aqui onde agora está esse adifício arto era uma casa velha”.
Os versos de uma das músicas mais famosas de Adoniran Barbosa virou filme e promete ter carreira de sucesso, nas mais de 30 cidades onde entrou em cartaz, no último dia 21 de março.
Com Paulo Miklos no papel principal, Saudosa Maloca traz Adoniran com os amigos Matogrosso (Gero Camilo) e Joca (Gustavo Machado).
LEIA TAMBÉM: “Confira as estreias nos cinemas brasileiros, em março”
O filme, com cenas gravadas no Centro Histórico paulistano e na Vila Itororó traz as lembranças do compositor e cantor, que narra ao garçom Cícero, o Ciço, histórias de uma São Paulo que não existe mais, lembrando dos amigos Matogrosso e Joca, ambos apaixonados por Iracema (Leilah Moreno), personagens que saltam das letras bem humoradas de Adoniran para essa ficção malandra de diálogos ágeis.
Dirigido por Pedro Serrano, Saudosa Maloca divulgou, recentemente, quatro cartazes alternativos com personagens de destaque do longa, cujo elenco conta também com Sidney Santiago, Paulo Tiefenthaler, Carlos Gimenez, Izak Dahora, Zemanuel Piñero, Ney Piacentini, e Noemi Marinho.
Conheça os personagens de ‘Saudosa Maloca’
Paulo Miklos
(Adoniran Barbosa)
Numa mesa de bar, já com 72 anos de idade, o velho Adoniran conta a um jovem garçom histórias de uma São Paulo que já não existe. Lembra com carinho da maloca onde viveu com Joca e Mato Grosso, da paixão deles por Iracema e de outros personagens eternizados em seus sambas, crônicas de uma metrópole engolida pelo apetite voraz do pogréssio.
Leilah Moreno
(Iracema)
Os amigos Matogrosso e Joca são apaixonados por Iracema. Enquanto ela dá duro como balconista, os dois fazem de tudo para fugir do batente e “viver forgadamente”, ao som samba.
Já a dupla de amigos Mato Grosso, “que levava o nome da sua terra”, e Joca, “o último a chegar na maloca”, são interpretados pelos atores Gero Camilo e Gustavo Machado, respectivamente.
O primeiro diz que veio a pé para São Paulo para fugir das confusões, enquanto o outro tem uma mãe que “não dorme enquanto eu não chegar”, cuja mãe, que mora lá no Jaçanã, é interpretada por Noemi Marinho.
Essas são algumas das deliciosas referências aos sambas escritos por João Rubinato, nome de batismo de Adoniran, que serviram de inspiração para o roteiro do longa.
“Arnesto, cheguemo”, diz Adoniran, lamentando pelo colega do Brás não ter deixado nem um bilhetinho.
LEIA TAMBÉM: “‘Saudosa Maloca’ ganha trailer com cenas gravadas na Vila Itororó”
Sidney Santiago Kuanza
(Cícero)
‘Ciço’, na língua particular de Adoniran Barbosa, é o garçom para quem o músico faz suas confissões sobre a vida e o crescimento desenfreado da metrópole, que segue passando por cima de sua gente.
Mais Adoniran Barbosa
O universo de Adoniran não é novidade para Pedro Serrano.
Em 2015, o diretor lançou o curta Dá Licença de Contar, que já trazia o trio central no elenco fazendo os mesmos personagens. Já, em 2020, foi a vez do documentário Adoniran, Meu Nome é João Rubinato.
Porém, com esse longa, Serrano viu a possibilidade de ampliar a história do curta, trazendo mais elementos do universo do compositor paulista, autor do samba clássico que empresta seu nome ao filme.
Além da música Saudosa Maloca, o roteiro traz episódios, falas e personagens presentes em diversos sambas do compositor, costurados numa só trama e compondo uma bem humorada crônica social da cidade de São Paulo.
O longa é a materialização de clássicos do compositor paulista, seja em forma de diálogos ou de cenografia, como As Mariposas, canção lembrada na cena com quatro mariposas dando voltas em uma lâmpada da maloca.
É Adoniran para ver e ouvir no cinema, nesse filme que tem como protagonista a urbanização acelerada da cidade de São Paulo (mas pode ficar tranquilo que não se trata de um musical, muito menos de uma colagem solta de músicas para agradar fãs).
SAIBA MAIS: “Saudosa Maloca é Adoniran para ver e ouvir no cinema”
Seja o primeiro a comentar