Vai-Vai lança abaixo-assinado para permanecer no Bexiga

Assim como numa atualização de Saudosa Maloca de Adoniran Barbosa, ‘veio os homi co as ferramentas’ para derrubar a sede da escola de samba Vai-Vai que, por tradicionais 50 anos, esteve no Bexiga.

Devido à construção da futura Estação 14 Bis da Linha 6-Laranja do Metrô, a tradicional escola de samba paulistana teve sua sede demolida, em 2021, no bairro da região central de São Paulo.

Para compensar a perda histórica, a Acciona, empresa responsável pela obra, chegou a comprar na época um espaço para a Escola, que deveria ser entregue, nove meses depois. Porém, o terreno na Rua Almirante Marques Leão, também no Bexiga, possui diversas limitações que impediriam a construção da futura sede da Escola.

Antigo Teatro Zácaro (foto: Reprodução)

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O impasse da Vai-Vai

De acordo com o abaixo-assinado lançado pelo Grêmio Recreativo Cultural e Social da Escola, a região do terreno está em área ZEIS-3 (Zona Especial de Interesse Social categoria 3) que, na legislação municipal, é prioritariamente residencial de baixa renda.

Por isso, a partir da determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo, em resposta à Ação Civil Pública nº 1024380-95.2022.8.26.0100 movida pelo Ministério Público, as obras em andamento tiveram que ser suspensas, “sob o argumento de que uma nova sede no local poderia trazer grande fluxo de pessoas e barulho à região”.

A fim de garantir sua permanência em seu bairro de origem, a Escola propõe uma permuta com a Prefeitura da Cidade de São Paulo, entregando assim o terreno na Rua Almirante Marques Leão para implementação de moradia social, destinando-o à população preta em situação de vulnerabilidade que já vive no bairro.

Em contrapartida, a proposta da Escola é a desapropriação, e posterior cessão à Vai-Vai, do imóvel que um dia foi sede do Teatro Zaccaro, do Cine Rex e do edifício anexo, todos localizados na Rua Rui Barbosa nos números 322, 294, 272 e 266.

Entre os argumentos que justificam a permuta, a Escola lembrou que o imóvel esteve vazio e concretado por 17 anos, garantindo então “não apenas a função social da propriedade, como também assegurar a permanência da Escola de Samba Vai-Vai em seu bairro de origem, um autêntico lugar de memória, da representatividade da memória negra, lugar do samba, fincado tradicionalmente na área central da cidade”.

Para assinar o abaixo-assinado, acesse o site www.change.org ou o link

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