Dicas para fazer fotos noturnas em cenários como a Patagônia chilena

Quem visita a Patagônia chilena não precisa fazer muito esforço para voltar para casa com alguns dos registros fotográficos mais impactantes de uma viagem pelo continente.

E se o registro for noturno então, o resultado pode ser imagens como essas que você vai encontrar ao longo deste texto, como o manto de estrelas que costuma aparecer em noites de céu sem nuvens.

Confira abaixo dicas para garantir os melhores cliques do céu da Patagônia chilena, mais especificamente, no Parque Nacional Torres del Paine, a 1h30 de Puerto Natales.

foto: Hotel Las Torres Patagonia

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Astrofotografia na Patagônia chilena

Longe da luminosidade dos centros urbanos, Torres del Paine garante a escuridão necessária para fotos noturnas.

De acordo com a chamada Escala de Bortle, usada por astrônomos para medir o efeito da poluição luminosa, a região tem um céu “classe 1”, o nível mais alto da medição. Ou seja, Torres del Paine é o paraíso dos astrofotógrafos (amadores ou profissionais), em noites com céus sem nuvens, sobretudo durante o verão patagônico.

Assim como recomenda o astrofotógrafo espanhol Daniel Zafra, criador do site Capture the Atlas, a melhor época para captar a Via Láctea no Hemisfério Sul costuma ser entre maio e junho.

Esse “caçador de Via Láctea” avisa também que o ideal é evitar noites com muita luz lunar. O ideal para observar esse rastro no céu é durante a semana da Lua Nova, sobretudo entre meia-noite e cinco da manhã.

foto: Las Torres Patagonia/Reprodução

Vale lembrar também que animais como pumas, raposas e o gato de Geoffroy têm hábitos noturnos, o que aumenta a possibilidade de encontros com a fauna local. Por isso, nunca saia sozinho para fotografar áreas selvagens.

No início deste ano, armadilhas fotográficas instaladas em pontos estratégicos do Parque Nacional Torres del Paine registraram imagens do raro Geoffroy (Leopardus geoffroyi), felino do tamanho de um gato doméstico, que costuma se esconder entre galhos dos bosques patagônicos.

“[As trilhas de Las Torres Patagonia] têm melhor visual e são um bom lugar para que os felinos possam caçar, por isso, eles usam esses corredores de forma bastante habitual”, explica o guarda-florestal Héctor Parra, em nota enviada ao Viagem em Pauta.

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Como que câmera eu vou?

As versáteis e acessíveis câmeras reflex (sistema de espelhos de movimento semi-automático) e as mirrorless (sem espelho), menores e mais leves, são algumas das dicas de equipamento para fotografias em regiões como a Patagônia.

De acordo com o Hotel Las Torres, que oferece trekkings de até oito dias de duração, recomenda também câmeras específicas para astrofotografia, como as com sensor CMOS Full Frame, ideais para capturas em situações de baixa luminosidade.

Quem viaja com celular, ainda segundo o hotel, deve averiguar certas condições técnicas, como tamanho do sensor, abertura, quantidade de megapixel e estabilização, entre outros detalhes que podem influenciar na qualidade da imagem captada.

foto: Hotel Las Torres Patagonia

Outro equipamento importante para esse tipo de registro é o tripé, fundamental para estabilização da imagem em locais com pouca luz.

Configurações no modo manual da câmera, como ajuste de ISO (sensibilidade à luz), também ajudam na captura. Por outro lado, deve-se considerar que um ISO mais alto pode garantir imagens mais claras, porém, mais granuladas. Por isso, para este tipo de foto o ideal é manter o ISO o mais baixo possível.

A velocidade do obturador, uma espécie de cortina que se abre e fecha para entrada da luz, é outra preocupação técnica que o fotógrafo deve ter em mente.

Por fim, mas não menos importante, atente-se ao ajuste da abertura do diafragma, que deve ser a mais alta possível.


VEJA VÍDEO DA PATAGÔNIA CHILENA


Trilha Base Torrres

Essa é uma das caminhadas mais populares não só da Patagônia, mas de todo o Chile, num dos cenários mais inóspitos do planeta.

Base Torres é uma trilha de 22 quilômetros (ida e volta) que deixa a gente aos pés desse maciço de granito moldado pelo gelo glacial, no Parque Nacional Torres del Paine.

Após uma caminhada plana de cerca de um quilômetro por uma antiga área de pastagem de gado, o visitante cruza o Rio Ascencio e percorre cerca de quatro quilômetros em permanente ascensão até o Acampamento Chileno.

foto: Eduardo Vessoni

Localizado no interior de um vale, esse acampamento rústico de madeira é o único ponto de apoio ao longo de toda a trilha e é equipado com cafeteria, banheiros e abastecimento de água.

Já o trecho seguinte é uma travessia de dois quilômetros pelo interior de um bosque de lengas, árvore típica do extremo sul do Chile e da Argentina.

Dali para frente, caro caminhante, prepare-se para sentir na pele, literalmente, o que significa estar em terras tão isoladas do sul do continente. Tem sol, garoa, vento, templo nublado, sol outra vez, neve, céu claro e mais um pouquinho de sol.

Em questão de minutos, o conhecido mau humor do clima local sempre faz a gente lembrar que, na Patagônia, nada é igual ao que se viu na última curva.

VEJA VÍDEO


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