Andes celebram o Dia da Pachamama, neste 1º de agosto

Em todo 1º de agosto, e ao longo do mês, a América do Sul hispânica tem as atenções voltadas para a Pachamama, divindade feminina relacionada à fertilidade e à terra.

Desde a época pré-hispânica, nesse dia, acontece um dos eventos mais populares do continente, quando países andinos entregam oferendas em rituais de agradecimento à Mãe Terra, que nas línguas quéchua e aimara significa Terra = Pacha; e Mãe = Mama.

Como alternativa aos antigos sacrifícios de animais feitos em homenagem à Mãe Terra, atualmente, um dos mais conhecidos é o pago ou chaya (‘pagamento’, em português), quando as oferendas são feitas como forma de retribuir com boas colheitas e condições climáticas favoráveis, na temporada seguinte.

Em outras palavras, é como dar de comer e de beber à terra (“corpachada”), em agradecimento por tudo que nos foi oferecido.

people celebrating the pachamama day
Luis Muñoz / Pexels.com

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Pachamama

O dia, quando os camponeses não trabalham na terra para deixá-la descansar, é celebrado em diversas partes do continente, como a Fiesta Nacional de la Pachamama de los Pueblos Originarios, em San Antonio de los Cobres, na Argentina; e a comida comunitária em províncias do norte argentino, como Jujuy, Salta, Formosa, Catamarca e Tucumán.

O Chile e a Bolívia também fazem suas oferendas, respectivamente, no povoado de San Pedro do Atacama e na região da Isla del Pescado, no Salar do Uyuni.

Já em Cusco, capital do antigo Império inca, no Peru, a primeira semana de agosto é marcada pela Pachamama Raymi, cerimônia no distrito de Ccatca que inclui oferendas, cantos e danças.

foto: Eduardo Vessoni

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Assim como explica o pesquisador Adrian Ilave, em entrevista para o jornalista Eduardo Vessoni, editor do Viagem em Pauta, os rituais podem ser diferentes no campo, onde se enterram as oferendas, e nos centros urbanos, que costumam pendurar arranjos de flores amarelas nas sacadas ou nas portas.

Já rituais mais tradicionais utilizam cigarros, fetos de lhamas ou ovelhas para pedir a multiplicação do gado, unhas ou cabelos humanos para enviar mensagens aos oráculos (Wak’as) e até secreções humanas, como a saliva, considerada sagrada para os incas.

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