Mais do que alimentar sentimentalismos, a Alemanha fez da sua história uma forma de lembrar aquilo que não deve ser repetido e criou atrações turísticas que entretêm e educam, sem se esquecer dos erros do passado, como o próprio Muro de Berlim.
Por isso, existe em alemão o termo ostalgia, referência à palavra “ost” que, em português, significa “leste”. Em bom português, seria algo como lestalgia, a saudade do Leste.
No passado, o Muro de Berlim foi símbolo da divisão de um país que, atônito e com imaginação insuficiente para fantasiar o que viria pela frente, viu-se sob os interesses de líderes que pretendiam protagonizar o domínio da Europa.
Para matar as saudades da Alemanha Oriental e entender mais a história do Muro de Berlim, confira passeios, entre outros, de bicicleta ou a bordo de um Trabant, os famosos carrinhos compactos da era socialista.
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Tour em um Trabant
O simpático Trabant (“satélite”, em português) foi um veículo feito na Alemanha Oriental, durante a era socialista.
O Trabi, como o carro também ficou conhecido, era um modelo barato com carroceria de plástico que foi produzido até o início dos anos 90.
Atualmente, após treinamento no local, é possível dirigir um desses veículos em um tour (a partir de 59 €) em que o guia que abre o comboio vai dando informações via sistema de som com informações sobre atrativos relacionados à história do Muro, como o Portão de Brandemburgo e a East Side Gallery, um antigo pedaço de muro preservado no lado leste da cidade.
SAIBA MAIS: trabi-safari.de
De bicicleta
Neste tour de 3,5 horas (34 € por bike), os ciclistas percorrem de 12 a 15 quilômetros para visitar atrações turísticas e históricas relacionadas à Guerra Fria e ao Muro de Berlim.
Entre as paradas estão o MauerPark, parque público no bairro Prenzlauer Berg que ainda guarda pedaços do muro; o turístico Checkpoint Charlie, uma das mais famosas fronteiras estrangeiras para o setor Ocidental; e o Berlin Wall Memorial, na Bernauer Strasse, uma das ruas mais icônicas da época, entre outros.
SAIBA MAIS: berlinonbike.de
Berlim subterrânea
Com a complexidade do esquema de falsificação de passaportes para cruzar a fronteira para o Ocidente, nos primeiros anos de divisão da Alemanha, outros serviços foram surgindo, como as fugas pela rede subterrânea de esgoto em Berlim que, por vezes, foram descobertas por conta do rastro deixado pelo cheiro do bueiro impregnado nas roupas dos fugitivos.
Entre 1961 e 1982, Berlim veria surgir cerca de 300 túneis de fugas em direção à Alemanha Ocidental, sob o solo arenoso da cidade, como o famoso Túnel 29 no número 78 da rua Bernauer, que facilitou a fuga de 29 pessoas, em duas noites de operação, em setembro de 1962.
Para entender essa e outros histórias, esse (gelado, claustrofóbico e impactante) tour (16 € por pessoa) visita os subterrâneos da cidade criados pelos inconformados com aquela ditadura socialista.
Bunkers nazistas da Segunda Guerra Mundial e refúgios soviéticos do período da Guerra Fria também são temas de outros tours oferecidos pela mesma agência.
SAIBA MAIS: berliner-unterwelten.de
DDR Museum
Mais do que um museu (13,50 €), esse espaço, duas vezes nomeado para o Prêmio do Museu Europeu do Ano, é uma viagem interativa pela República Democrática Alemã (Deutsche Demokratische Republik, em alemão).
Declarado um “museu para tocar”, esse é um dos mais visitados em Berlim e está dividido em áreas temáticas com jogos e objetos que podem ser manipulados pelos próprios visitantes.
A exposição permanente traz ao público objetos originais da época, em instalações interativas, como a simulação de dirigir um Trabant P601 e acompanhar a reconstrução de uma autêntica moradia da República Democrática Alemã.
SAIBA MAIS: ddr-museum.de
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