Liberdade deve ganhar maior esplanada da cultural oriental do mundo

O projeto Esplanada Liberdade, no bairro mais oriental de São Paulo, é audacioso e deve dar um novo espaço público para a cidade.

A proposta é conectar quatro viadutos sobre o trecho da Radial Leste que corta o bairro sob as ruas Conselheiro Furtado (Viaduto Shuhei Uetsuka), da Glória (Mie Ken), Galvão Bueno (Cidade de Osaka) e avenida Liberdade (viaduto Guilherme de Almeida).

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Segundo o projeto de expansão turística da região, esse novo espaço público ocupará uma área de quase 26 mil m² e deve abrigar mirantes, praças, restaurantes e equipamentos de cultura.

A Esplanada Liberdade será dividida em quadras: superior, central e inferior, ampliando a área de circulação do bairro em três diferentes níveis.

A PPP (Parceria Público-Privada) está em fase de consulta pública e, quando aprovada, funcionará na modalidade de concessão administrativa, cuja empresa vencedora poderá explorar o equipamento por 360 meses (30 anos).

Para participar da audiência pública, marcada para o próximo dia 9 de outubro, às 10h, os interessados devem se inscrever por meio do link da Audiência Pública.

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Liberdade

Esse bairro na área central de São Paulo é endereço da maior comunidade japonesa fora da Ásia, considerada um pedaço do Japão em São Paulo, onde moram cerca de 400 mil japoneses e descendentes, segundo o site Cidade de São Paulo.

Apesar do nome atual e de estar associado à cultura japonesa, o bairro nem sempre foi lugar de liberdade. Até o início do século XIX, a região era conhecida como Bairro da Pólvora, devido à uma casa do gênero, localizada no largo da Pólvora.

Outro endereço conhecido (e temido) era o Largo da Forca, onde ficava esse instrumento para a execução de condenados à pena de morte, cujo personagem mais famoso a passar por ali foi o soldado Chaguinhas.

Aliás, a história desse cabo do Primeiro Batalhão de Santos seria uma das explicações para a origem do atual nome do bairro.

Rogério Cassimiro/MTUR

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Em 1821, o cabo Francisco José das Chagas foi condenado à forca por reivindicar aumento de salário. Porém, as cordas que o sustentavam arrebentaram diversas vezes e o público teria começado a entoar “liberdade, liberdade”.

Não muito longe dali, o bairro abrigou também até 1858 o Cemitério dos Aflitos, primeiro cemitério público de São Paulo, onde eram enterradas pessoas socialmente marginalizadas, como escravos, presos e doentes contagiosos.

Em 2018, um trabalho arqueológico nesse terreno de 400m², entre as ruas dos Aflitos e Galvão Bueno, revelou nove ossadas humanas acompanhadas de adornos de vidro.

Segundo o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o local é classificado como Área de Interesse Arqueológico, por conta de outras ocorrências arqueológicas nas proximidades, como a Praça João Mendes e a atual Avenida Liberdade.

Cemitério dos Aflitos (foto: IPHAN/Reprodução)

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