Buíque, em Pernambuco, é porta de entrada para o Vale do Catimbau

A 290 quilômetros do Recife, capital de Pernambuco, é uma das principais portas de entrada para um destino que nem parece desse mundo: o Vale do Catimbau.

Esse é um daqueles lugares escondidos que a gente custa a acreditar que existe.

E, quanto mais se vê, mais não se quer parar de ver tudo o que tem para ver, como um anfiteatro natural para antigos rituais sagrados, uma formação rochosa mais diferente do que a outra e a segunda maior concentração de arte rupestre do Brasil.

Buíque é uma das cidades que formam esse vale, assim como Ibimirim, Sertânia e Tupanatinga, e serve de base para quem visita a região, cujo principal atrativo é o Parque Nacional do Catimbau.

Trilha do Santuário (foto: Eduardo Vessoni)

Parque Nacional do Catimbau

Essa área protegida de 62 mil hectares, entre o agreste e o sertão, foi criada em 2002 e tem cerca de 13 trilhas oficiais, em meio a formações geomorfológicas e 30 sítios arqueológicos catalogados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que deram ao Catimbau o título de Capital Pernambucana da Arte Rupestre.

Todas as trilhas no Vale do Catimbau, porém, devem ser feitas, obrigatoriamente, com um guia cadastrado, cuja associação fica na vila do Vale do Catimbau, distrito de Buíque.

A mais impactante de todas é a Trilha do Santuário, uma caminhada de dificuldade média e sete quilômetros de extensão (ida e volta), que tem como ponto máximo um anfiteatro natural de pedras que um dia foi usado como lugar sagrado para rituais indígenas.

Conhecida também como Vale da Lua, essa arena rochosa de arenito é resultado da época em que a região foi o fundo do mar, há 450 milhões de anos, aproximadamente.

Trilha do Santuário (foto: Eduardo Vessoni)

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Outro cenário surreal é a Trilha das Torres que, apesar da pouca distância (2,5 km, entre ida e volta), é uma pernada puxada que exige preparo físico e disposição para caminhar em terreno irregular e com variação de altitude.

No platô de uma colina ficam as rochas em forma de torres que dão nome à trilha e também os mirantes naturais com vista de 360° do Vale do Catimbau, de onde é possível ver a clássica Pedra do Cachorro.

No entanto, o ponto alto é o setor dos Lapiás, um paredão colorido esculpido pelas ações do vento e da chuva.

“São várias camadas de sedimento que foram se depositando uma em cima da outra, por isso encontramos nessas rochas porosas camadas de vermelho, branco e amarelo”, explica o guia de turismo Hirandir João de Lima e Silva.

Lapiás, na Trilha das Torres (foto: Eduardo Vessoni)

Para ver pinturas rupestres a dica é combinar as trilhas da Casa de Farinha e a da Loca da Cinza.

São quatro quilômetros de caminhada de dificuldade baixa, em direção a dois dos cinco únicos sítios arqueológicos abertos para visitação na região.

Historicamente conhecida como Pedra Pintada, a Casa de Farinha fica em um antigo abrigo sob rocha que era usado pelos moradores locais para produção de farinha.

“Perto dali fica a Loca da Cinza, com pinturas rupestres da tradição Nordeste, datadas de 4 a 6 mil anos”, descreve Hirandir.


Buíque: pôr do sol no Vale do Catimbau

As principais opções de hospedagem, bem simples, diga-se de passagem, ficam em Buíque. Mas não deixe de organizar os passeios para que seu dia termine com o pôr do sol no Chapadão ou então na Igrejinha, já em área rural.

O primeiro pode ser alcançado, após uma trilha fácil de 2,5 quilômetros (ida e volta), onde fica o mirante natural, a 300 metros de altura, que dá nome ao atrativo.

Já a Trilha da Igrejinha (700 metros, entre ida e volta) é uma caminhada curta, praticamente, ao lado do estacionamento para carros. Na definição local, o atrativo essa é uma “porta de uma igreja gótica de um castelo medieval”.


VEJA VÍDEO DO VALE DO CATIMBAU

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