Dia do Aviador: conheça mulheres que viveram nos ares

Lembrado pelo histórico voo de Alberto Santos Dumont com o 14-Bis, em 1906, 23 de outubro é considerado também o Dia do Aviador e da FAB (Força Aérea Brasileira). Foi nesse dia que a primeira aeronave mais pesada que o ar decolou por seus próprios meios, colocando o Brasil na vanguarda da aviação mundial.

Porém, mais do que por Santos Dumont e pelos Irmãos Wright, a história da aviação mundial foi escrita também por mulheres, como as brasileiras Thereza de Marzo e Anésia Pinheiro Machado, e a estadunidense Amelia Earhart.

Thereza de Marzo (foto: Instituto Embraer/Divulgação)


Dia do Aviador: conheça mulheres pioneiras

Thereza de Marzo
1922

Sem apoio da família e com um pai que acreditava que “lugar de mulher era dentro do lar”, essa paulistana é considerada a primeira brasileira a receber o diploma de piloto-aviador internacional, cujo brevê foi tirado após um voo solo, em 7 de março de 1922.

Porém, ao se casar com o instrutor Fritz Roesler, quatro anos mais tarde, Thereza foi proibida de continuar voando, sob a alegação que já bastava um aviador na família. Com 329 horas e 54 minutos de voo em caderneta, a pioneira dos ares brasileiros encerrava a carreira quatro anos depois de iniciada.

Em solo, Thereza continuou trabalhando com o marido na aviação, em projetos como a criação da Escola de Pilotagem e do Clube de Planadores, no Campo de Marte (SP), onde o engenheiro Roesler fabricou os primeiros planadores EAY-101 e os aviões “Paulistinha” EAY-201.

Thereza de Marzo não estava sozinha.

Anésia Pinheiro Machado (foto: Instituto Embraer/Divulgação)

Anésia Pinheiro Machado
1922

Essa paulista de Itapetininga divide com Thereza o título de primeira aviadora brasileira, cujo brevê nº 77 foi recebido com diferença de apenas um dia, segundo o historiador Roberto Pereira.

Instruída pelo mesmo Fritz Roesler, Anésia estreou na aviação em um voo de São Paulo para Santos, no litoral paulista. Mas aquilo foi pouco e, meses depois, ficaria conhecida como a primeira mulher a comandar um voo interestadual no Brasil.

A viagem entre São Paulo e o Rio de Janeiro foi feita em um monomotor Caudron G3 (“Bandeirante”) e durou quatro dias até o destino final. O desafio era voar apenas 1h30 por dia, já que era preciso fazer diversas paradas para reabastecimento e manutenção da aeronave.

E adivinha quem estava à sua espera na chegada ao Rio de Janeiro?

Além de autoridades, Anésia foi recebida por ninguém menos que Alberto Santos Dumont, quem lhe deu uma réplica de uma medalha de ouro recebida pela princesa Isabel, cuja peça a aviadora levou consigo como amuleto até o final da vida.

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Amelia Earhart (foto: Creative Commons)

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Amelia Earhart
1932

Se hoje já não é raro ver mulheres no comando de um avião, em 1932, essa estadunidense do Kansas quebraria todas as perspectivas (e preconceitos) na aviação.

Aos 34 anos, Amelia atraiu a atenção do mundo com seu voo solo de quase 15 horas de duração, sem escalas, a bordo de um monoplano Lockheed Vega 5B, entre Terra Nova, no Canadá, e a Irlanda do Norte, na Europa.

Com a viagem, a aviadora se tornaria também a segunda pessoa a realizar esse tipo de travessia, cujo pioneiro foi Charles Lindbergh, cinco anos antes.

Seu currículo empoderado inclui também curso de mecânica de carros e títulos como o de primeira mulher a pilotar um autogiro (aeronave precursora do helicóptero) e realizar o pioneiro voo solo entre o Havaí e a Califórnia, em 1935.

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