Turismo fúnebre: como é o museu de caixões imperiais, em Viena

Sob as construções históricas do centro de Viena fica um dos endereços mais fúnebres da capital austríaca: a Kaisergruft (‘Cripta Imperial’, em português), cujo acervo é formado por imponentes caixões expostos como peças de museu. E que peças!

Desde 1618, a ‘Cripta dos Capuchinos’, como a atração também é conhecida, guarda os restos mortais de imperadores e imperatrizes da Dinastia Habsburgo, a família de soberanos que comandou parte da Europa, por mais de 600 anos.

Nos dez salões interligados, os visitantes circulam entre caixões com riqueza de detalhes que fazem a gente esquecer da função original daquelas peças feitas por um dos escultores mais famosos da época, Balthasar Ferdinand Moll.

Detalhe do caixão de Karl VI (foto: Eduardo Vessoni)

O mais impressionante do acervo, que abriga os restos mortais de 150 pessoas, é o sarcófago duplo que teria levado mais de 20 anos para ficar pronto, onde estão os corpos de Maria Teresa (1717-1780) e de seu esposo, o imperador Francisco I Estevão de Lorena (1708-1765), fundador da dinastia Habsburgo-Lorena.

Sobre a tampa do caixão, duas esculturas se entreolham em homenagem aos dois, enquanto as paredes externas são decoradas com cenas da vida do casal, como os títulos conquistados no Sacro Império Romano, Hungria e no reino da Boêmia.

Entre as obras mais famosas de Moll está o caixão da imperatriz Isabel Cristina de Brunswick (1691-1750), o mais antigo de um total de cerca de 20 tumbas feitas por esse austríaco de Innsbruck.

Uma das salas mais concorridas é a que guarda os corpos de Francisco José I (1830-1916), o último imperador a ser levado para o local, e o da esposa Elisabeth da Baviera (1837-1898), a bela e deprimida imperatriz, mundialmente, conhecida como Sissi.

Sarcófago duplo de Maria Teresa e do imperador Francisco I Estevão de Lorena (foto: Eduardo Vessoni)

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A Dinastia Habsburgo, além de Viena

Com origem na Suíça, onde hoje fica o cantão de Argóvia, a dinastia teve início com a ocupação do trono Sacro Império Romano-Germânico por Rodolfo IV de Habsburgo, entre 1273 e 1291.

Começava então a história de um reinado que duraria mais de seis séculos até o seu fim, em 1918, e que chegou a alcançar territórios ultramarinos como a ramificação ocorrida no Brasil com a união entre Dom Pedro I e a Arquiduquesa da Áustria, a Imperatriz Leopoldina, cujo casamento ocorreu em 1817, em Viena.

Marcada por casamentos de interesse, a Casa da Áustria, como a dinastia também era conhecida, teve um alcance que ia de Gibraltar, no extremo sul da Península Ibérica, até a Hungria, passando pela Sicília, Boêmia e Amsterdã.

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No centro, caixão da imperatriz Eleonora de Mantua (foto: Eduardo Vessoni)

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