O padre italiano Alberto de Agostini, o “explorador do Fim do Mundo”, acreditava que o maciço de Paine era um dos conjuntos arquitetônicos mais fantásticos “que a imaginação humana poderia conceber”.
E, até hoje, a gente custa a acreditar no que vê. Mas, quando vê, logo entende por que essa é uma das caminhadas mais populares de todo o Chile, num dos cenários mais inóspitos do planeta.
Mesmo quem (ainda) não foi, já ouviu falar do principal atrativo do Parque Nacional Torres del Paine, na zona patagônica austral do Chile. Mas será que você sabia dessas curiosidades sobre esse “livro geológico aberto”, como define o Servicio Nacional de Geología daquele país?
Teste seus conhecimentos.
Como elas se formaram?
Em tempos de dinossauros na Terra, durante o período Cretáceo, parte do que hoje é Torres del Paine estava submerso. Com o tempo, essas camadas foram levantadas pela atividade tectônica e compactadas, dando origem ao granito.
Porém, posteriormente, a erosão causada pelo vento, pela água e pelas geleiras durante as eras glaciais esculpiu essas enormes formações rochosas nas estruturas atuais.
Você sabe os nomes de cada uma das partes do Mirante Base Torres?
Chamadas, genericamente, de Base Torres, cada coluna tem um nome próprio.
Da esquerda para a direita, tem a Torre Sul (2.850 metros), conhecida também como D’Agostini; a Torre Central (2.800 metros) e, por fim, a Torre Norte (2.600 metros), também chamado de Monzino.
À esquerda das torres encontra-se também o Vale do Silêncio que, embora se permita aproximação da base das colunas, requer autorização especial da CONAF e acompanhamento de um guia certificado. Já à direita das torres está o Cerro Peineta, muitas vezes referido como a “quarta torre”.
A vista termina com o Ninho do Condor, onde repousam estas aves icônicas dos Andes.
Você sabia que o Lago Nordenskjöld e as Torres del Paine estão conectados?
Se você reparar na base das torres, na extremidade direita, encontra-se uma pequena lagoa que forma um rio, que faz parte do conhecido Rio Ascencio.
Esse curso d’água, que tem origem no degelo das cadeias montanhosas que rodeiam o mirante, percorre toda a trilha da Base Torres e deságua no Lago Nordenskjöld.
Por isso, da próxima vez que você visitar o Lago Nordenskjöld, lembre-se que um pedacinho das torres de granito pode ser avistado em suas águas azul-turquesa.
Quem foram os pioneiros na Base Torres?
Santiago Zamora é considerado um dos primeiros exploradores na região, na história recente da Patagônia, e manteve uma relação estreita com o povo Aónikenk (conhecidos também como tehuelches ou patagões), o que tornou possíveis muitas das suas explorações.
Outra figura famosa é a escritora escocesa Florence Dixie, correspondente de guerra e primeira turista da Patagônia que, em 1879, viajou a cavalo e se tornou a primeira mulher a atravessar a região de Torres del Paine, que ela chamaria de “Agulhas de Cleópatra”.
Em 1959, Guillermo Cifuentes liderou a primeira subida registrada das Torres del Paine, marcando um marco importante na história do montanhismo da região.
* conteúdo oferecido pelo hotel Las Torres Patagonia, sem nenhum vínculo comercial ou editorial com o Viagem em Pauta
Como é a trilha Base Torres, em Torres del Paine
Base Torres é uma trilha de 22 km (ida e volta) que deixa a gente aos pés desse maciço de granito moldado pelo gelo glacial, no Parque Nacional Torres del Paine, a 1h30 de Puerto Natales.
Após uma caminhada plana de cerca de 1 km por uma antiga área de pastagem de gado, o visitante cruza o Rio Ascencio e percorre cerca de 4 km, em permanente ascensão até o Acampamento Chileno.
Já o trecho seguinte é uma impressionante travessia de 2 km pelo interior de um bosque de lengas, árvore típica do extremo sul do Chile e da Argentina.
Dali para frente, caro caminhante, prepare-se para sentir na pele, literalmente, o que significa estar em terras tão isoladas do sul do continente. Em questões de minutos, tem sol, garoa, vento, templo nublado, sol outra vez, neve, céu claro e mais um pouquinho de sol.
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SAIBA MAIS: “Base Torres: como é a trilha mais popular de Torres del Paine”
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