Depois de rodar o mundo, entre 2017 e 2024, o acervo do Museu do Fracasso agora pode ser visto online (pelo menos, até que o endereço da próxima exposição seja divulgado).
A coleção com mais de 130 invenções fracassadas foi exibida pela primeira vez na Suécia, em 2017, a partir da ideia do psicólogo e pesquisador de inovação Dr. Samuel West, com o objetivo de inspirar os visitantes a inovarem sem medo de falhar.
Desde então, já desembarcou na França, Taiwan, China continental, Canadá e Estados Unidos.
“A ficção do futuro pode ser muito maior do que a realidade realmente é”, descreve West.
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Museu do Fracasso
A exposição virtual é dividida por temas como “O futuro (não) é agora”, com produtos tecnológicos que não obtiveram a esperada procura pelo público, “Desastres Digitais”, “Acidentes Médicos” e “Mau Gosto”, um acervo com produtos de gosto duvidoso.
Um dos destaques são os óculos inteligentes que o Google lançou em 2013, tirando o produto de circulação dois anos mais tarde. Na época, a novidade custava US$ 1.500 e causou furor entre entusiastas da tecnologia por conta da câmera embutida e dos controles de voz.
Porém, segundo o próprio Museu do Fracasso, o brinquedinho não passava de um protótipo caro que não atendia às necessidades dos usuários.
A mesma seção do museu virtual apresenta também produtos como a Google TV (2012-2014), uma tentativa de integrar a televisão com a Internet, e o O DivX (1998 – 1999), como eram chamados os discos descartáveis que permitiam assistir a um filme em até 48 horas, antes que o disco se tornasse inutilizável.
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Já o fracasso do Minitel (1982-2000) foi justamente o seu… sucesso.
Essa versão francesa da Internet, antes da própria existência da vida virtual, foi um grande sucesso, comercial e tecnologicamente falando. De acordo com o próprio Museu do Fracasso, em 1999, metade da França usava o serviço para reservas de viagens, serviços bancários, comércio eletrônico e e-mail.
“O fracasso do Minitel é que ele era bom demais – seu sucesso e popularidade atrasaram a transição da França para a Internet em uma década” analisa a curadoria do museu.
Já a Rejuvenique (1982–1988) era uma máscara facial que prometia tonificar os músculos do rosto com choques elétricos. Na entanto, a invenção, que deveria ser fixada no rosto por 15 minutos, de três a quatro vezes por semana, foi classificada como uma máscara que dava a sensação de ter “mil formigas mordendo o rosto”, na descrição de uma usuária da época.
Sem falar que o produto nunca chegou a ser aprovado por órgãos de segurança.
Mas nem só com tecnologia se monta o acervo desse museu.
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Um dos fracassos mais bizarros da exposição é a “Little Miss No Name Doll”, algo como “Bonequinha sem Nome”, em tradução literal.
Criada em 1965, a boneca não tinha absolutamente nada, sequer sapatos, e vinha apenas como um saco de estopa como única opção de roupa. Até pouco tempo atrás era posśivel comprar a boneca de colecionadores por, pasmem!, US$ 150.
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