Se a Patagônia chilena já é, naturalmente, no fim do mundo, chegar à Capilla de Mármol é tarefa para os fortes.
Localizado a 218 quilômetros de Coyhaique, uma das principais cidades da Carretera Austral, o Santuario de la Naturaleza Capilla de Mármol é um dos mais populares atrativos dessa que é considerada uma das estradas mais cenográficas da América do Sul.
Seus 1.240 quilômetros de extensão cruzam regiões de rios, vales, geleiras, glaciais suspensos, parques nacionais e formações rochosas milenares em meio a um lago de águas azuladas, como a impactante capela de mármore.

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Sobre as águas da Patagônia chilena
A atração mais famosa da Carretera Austral, no setor sul da estrada, fica em Puerto Tranquilo, de onde saem as embarcações em direção a essas rochas de mármore esculpidas pelas águas do lago General Carrera.
Esse lago binacional, na fronteira com a Argentina, é um dos maiores da América do Sul.
Mas tudo ali parece pequeno quando as voadeiras vão diminuindo a velocidade, já nas proximidades dessa série de cavernas e afloramentos de cerca de 300 milhões de anos naquelas águas de origem glacial.
A formação principal que dá nome ao atrativo, Santuário da Natureza Capela de Mármore, é também a maior formação do local, onde as cavidades atravessam de um lado a outro, simulando corredores ou janelas de uma catedral.
“Antes de ser carbonato de cálcio, que é o principal componente dessa rocha, foi pedra caliça. Logo uma mudança na geologia, em que isso tudo ficou sob muita temperatura e pressão, e tudo virou mármore. Por isso se considera uma pedra metamórfica”, explica a guia Susana Berrocal.
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Carretera Austral
Por ali, tudo por ali soa superlativo. De glacial suspenso a campo de gelo com cerca de 4.200 km², como o Campo de Gelo Norte, endereço da Laguna San Rafael.
Aliás, cerca de 60% da região é coberta por parques nacionais, como os da Carretera Norte (Queulat e Isla Magdalena) e os da Carretera Sul (Cerro Castillo, Laguna San Rafael, Patagonia e Bernardo O’Higgins).
Até os anos 70, quando o projeto da estrada, por fim, saiu do papel, a Região de Aisén era uma espécie de ilha patagônica isolada do resto do país. Em março de 1945, foi chamada até de “paraíso perdido” pela revista de turismo En Viaje, da Empresa de Ferrocarriles del Estado.
No entanto, nem obstáculos naturais como rios e glaciais foram suficientes para impedir a construção de um dos maiores orgulhos da engenharia chilena, cujo avanço mais significativo se deu durante o governo do ditador Augusto Pinochet.
Para chegar, a dica é voar até Balmaceda, a 2h15 de avião da capital chilena, e de lá seguir de carro até Coyhaique, a cidade com melhor estrutura turística.
Na Carrereta Austral, planejamento é fundamental. Por isso, antes de pegar a estrada, informe-se sobre as condições de viagem, já que alguns trechos costumam ficar fechados em certas épocas do ano, por conta de manutenção ou condições climáticas.

* O Viagem em Pauta viajou a convite do hotel Loberías del Sur
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