Conheça a moqueca de frutos do manguezal, no Maranhão

Entre o Piauí e o Maranhão fica o Delta do Parnaíba, o único das Américas a desaguar em mar aberto. E é num daqueles braços de rio onde é preparada a exclusiva moqueca de frutos do manguezal.

Por ali, “o pouco é muito”. Pelo menos, é assim que o carioca Daniel Feydit procura levar a vida na região da Resex Marinha do Delta do Parnaíba, uma área extrativista que abrange os municípios de Ilha Grande (PI) e Araioses (MA).

Revoada dos guarás, na Foz do Caju (foto: Eduardo Vessoni)

SAIBA MAIS: “Delta do Parnaíba: o Brasil que você precisa conhecer”

“Aqui, as pessoas vivem pela maré, não pela hora do relógio”, descreve Feydit, que mora na Ilha das Canárias, no município de Araioses, onde administra o restaurante Casa de Caboclo (@pousadacasadecaboclo), localizado nesse povoado de pescadores com mais de 2.500 habitantes.

Próximo à foz do Parnaíba, seu restaurante Casa de Caboclo é uma das paradas das embarcações que fazem passeios por esse que é um dos maiores deltas oceânicos do planeta, formado por cinco braços de rio que envolvem 73 ilhas fluviais.

Moqueca de frutos do manguezal (foto: Eduardo Vessoni)

Moqueca de frutos do manguezal

Um dos destaques gastronômicos do passeio de barco que sai do Porto dos Tatus, em Ilha Grande do Piauí, é o estabelecimento de Feydit, equipado com piscina, redário, hospedagem e uma vista única do delta.

O carro-chefe da casa porém é a moqueca de frutos do manguezal, uma homenagem que a mãe do proprietário faz a esse ecossistema tão frágil e, ao mesmo tempo, fundamental para a vida marinha. O prato leva ingredientes como caranguejo, ostra, sururu, peixe, camarão, filé de robalo, pirão e arroz branco.

Jiqui de camarão e pastéis de caranguejo (foto: Eduardo Vessoni)

Outros destaques do estabelecimento são os pastéis de caranguejo e o jiqui de camarão, uma alusão à essa armadilha para pescar o crustáceo.

“Somos um restaurante onde as pessoas param para provar o que o manguezal tem para oferecer. É uma culinária dentro do essencial, que surpreende por ser simples.”, define Feydit.

Com capacidade para até 80 pessoas, os barcos que fazem passeios de dia inteiro passam por atrativos como as dunas da Caída do Morro, em Ilha Grande do Piauí, e a Ilha das Canárias, já no vizinho Maranhão.

CONFIRA VÍDEO


Porém, para mais tranquilidade, procure contratar passeios em voadeiras, barcos motorizados menores, com capacidade de até 14 pessoas. No caso do Viagem em Pauta, essa opção mais personalizada permitiu navegar com exclusividade o Igarapé do Guirindó, um braço cenográfico do Rio Parnaíba, próximo ao município de Araioses, no Maranhão, com parada para almoço no Casa de Caboclo.

Um dos destaques desse roteiro é a parada para observação da revoada dos guarás que acontece, diariamente, nos finais de tarde em dois pontos na Foz do Caju, um dos braços do Rio Parnaíba.

foto: Chico Rasta/MTur

Delta do Parnaíba
O arquipélago que forma o Delta do Parnaíba se abre em cinco braços de rio que envolvem 73 ilhas fluviais: Barra do Igaraçu, das Canárias, Caju, Melancieiras e Tutoia.

E próximo a cada um deles tem um micro mundo a ser explorado pelos visitantes, em meio a manguezais, igarapés e uma fauna que não costuma se esconder, como macacos, garças e os guarás de intensos tons avermelhados, cuja pontualidade é atrativo turístico na Foz do Caju.

“O delta é um labirinto mutante. Num dia está de um jeito, no outro, de outro jeito. Cada dia é uma coisa diferente, não tem como se estressar aqui”, conta o barqueiro Renato Conceição Sousa.

A APA (Área de Proteção Ambiental) Delta do Parnaíba abrange 10 municípios, em 3 estados brasileiros: Ilha Grande, Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia (Piauí); Tutoia, Paulino Neves, Araioses e Água Doce (Maranhão); Chaval e Barroquinha (Ceará).

Porém, o atrativo mais popular é o encontro do Rio Parnaíba com o Atlântico, cujas areias formam piscinas naturais para banhos de água doce e salgada, bem próximo ao restaurante de Feydit.

Melancieiras, no Delta do Parnaíba (foto: Chico Rasta/MTur)

Outro atrativo natural que precisa ser incluído no seu roteiro é o passeio de quadriciclo nos Lençóis Piauienses.

Num primeiro momento, os campos de dunas rodeados por lagoas de águas cristalinas soam como algo familiar e a comparação com o vizinho é inevitável. Mas ali, no Piauí, o Brasil recebe visitantes com um cenário ainda pouco conhecido para quem viaja pelo Nordeste.

A oito quilômetros do centro de Parnaíba, a base da agência Quadri & Aventuras fica próxima à Lagoa do Portinho, aproximadamente, a seis minutos da entrada para os Lençóis Piauienses. É dali que saem os passeios guiados em que os turistas rodam cerca de 30 quilômetros de dunas, a bordo de quadriciclos semiautomáticos.

VEJA VÍDEO


SAIBA MAIS: “Lençóis Piauienses: o Nordeste no ritmo do vento”

QUANDO IR
O pico da alta temporada costuma ir de julho a setembro.

De janeiro a maio é considerada baixa temporada no Delta, devido às chuvas. Porém, vale considerar que as mudanças climáticas têm alterado também as estações e as temporadas de precipitações.

ONDE FICAR
Para esta reportagem, o Viagem em Pauta se hospedou no Casa de Santo Antônio, hotel boutique no setor histórico de Parnaíba, próximo ao Porto das Barcas.

O empreendimento fica em um casarão de 1911, onde nenhum quarto é igual a outro e cada uma das unidades tem uma história para contar.

No total, são 22 quartos temáticos que ficam em áreas históricas dessa construção tombada pelo Iphan, como as suítes coloniais do setor que um dia foi uma tecelagem, no porão da casa.

foto: Eduardo Vessoni

* O Viagem em Pauta viajou a convite do Hotel Boutique Casa de Santo Antônio

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*