Conta a lenda que Leonardo da Vinci teria cruzado os Alpes sobre uma mula, com Mona Lisa debaixo do braço e tudo, para atender a um convite do então rei da França, Francisco I, no Vale do Loire.
A travessia, que levaria semanas, daria início a uma nova era para a história das artes francesas. Considerado a última morada de Da Vinci, o Vale do Loire é o berço do Renascimento Francês, financiado por reis da região que teriam se encantado com esse movimento artístico que havia surgido na Itália.
O resultado é a atual maior concentração de castelos do mundo (300 deles abertos para o público) e uma coleção de cidades medievais que levam o visitante para tempos distantes.
Tem castelo para visitar, para passar a noite e até para fãs de desenhos animados.

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Castelos do Vale do Loire
CLOS LUCÉ
Nessa construção de 1471, por onde se olha, respira-se Leonardo da Vinci.
A 226 km de Paris, a última residência de Da Vinci abriga um parque dedicado ao mestre renascentista, onde repousam réplicas de suas invenções, como o ‘Parafuso Aéreo’ (espécie de avô do helicóptero), e ambientes internos que recriam salas por onde circulava Leonardo da Vinci, como a cozinha e seu ateliê.
O Solar de Cloux, seu nome original, é conhecido pela inconfundível fachada de tijolos vermelhos e pedras calcárias que guardam aqueles ambientes cenográficos que abrigaram Da Vinci em seus três últimos anos de vida.
Da estação Paris Montparnasse a St Pierre des Corps, a 20 km de Amboise, são cerca de 55 minutos de trem. Um serviço de ônibus faz o transfer até Amboise. www.vinci-closluce.com

CASTELO REAL DE AMBOISE
Do quarto onde morou, no vizinho Clos Lucé, o convidado ilustre tinha vista para outra construção de Amboise.
Residência de Francisco I, daí o título de ‘berço do Renascimento francês’, o Castelo Real de Amboise tem vista exclusiva do rio Loire e foi ponto estratégico em tempos de disputas na região. Um dos destaques é a bela capela de Saint Hubert que guarda os restos mortais de Leonardo da Vinci, sob uma construção do século 15, em estilo gótico.
Da Vinci morreu em Amboise, em 1519, após ter sido convidado por Francisco I, três anos antes, para morar e seguir sua arte no Castelo de Clos Lucé. Após batalhas na Itália, Francisco levou aquele artista multidisciplinar para trabalhar como o “primeiro pintor, arquiteto e engenheiro do rei”. Saiba mais: www.chateau-amboise.com
CHAUMONT-SUR-LOIRE
A viagem segue pelo interior da França, mas não do jeito que você está costumado a ver castelos.
Mais do que uma bem preservada construção do ano 1000, esse castelo é conhecido também pelos bem cuidados jardins que abrigam, anualmente, o Festival Internacional dos Jardins, onde são expostas intervenções artísticas e paisagísticas.
Aliás, se esse for mais um castelo no seu roteiro pela região, vale focar apenas nas áreas externas, onde a arte contemporânea dá outros tons a essas construções medievais. O Vale do Loire é conhecido como ‘Jardim da França’, devido aos trabalhos feitos nas áreas externas.
O atrativo fica a 185 km de Paris, cuja viagem de trem entre as estações Paris-Austerlitz e Onzain-Chaumont-sur-Loire dura cerca de 1h40. www.domaine-chaumont.fr

CASTELO REAL DE BLOIS
Vizinha ao Chaumont-sur-Loire, a cidade de Blois abriga essa construção do século IX, que mescla estilos gótico, renascentista e clássico.
Dono de um acervo com 35 mil obras, o destaque são as salas encobertas por pinturas em todas as paredes, em substituição à antiga tapeçaria original.
O local fica a 7 minutos a pé do Castelo de Chambord. www.chateaudeblois.fr
CHEVERNY
A 15 km de Blois fica a construção que inspirou o cartunista belga Hergé na ambientação de algumas das aventuras do jovem repórter Tintin.
A primeira referência a esse castelo fortificado, construído por Raoul Hurault, é de 1315 e é considerado uma das poucas construções do gênero que ainda está habitada, onde o herdeiro mora com sua esposa Constance du Closel e os três filhos do casal.
Mas o melhor ainda é o museu Les secrets de Moulinsart, onde fica a exposição permanente com cenário e salas que remetem aos quadrinhos de Hergé.
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CHAMBORD
A cerca de 1h40 de trem de Paris e próximo a Blois, essa construção de 500 anos, cujo quingentésimo aniversário da instalação da pedra fundamental foi celebrado em 2019, é o castelo mais visitado da região e impressiona por suas dimensões.
Com projeto inspirado nos trabalhos de Leonardo da Vinci, Chambord é conhecido pela mescla de estilos arquitetônicos francês e italiano, e pelo interior imponente que abriga mais de 400 dependências, 90 delas abertas à visita e 300 lareiras.
Rodeado por uma floresta de cinco mil hectares, Chambord é famoso pela escadaria em espiral dupla, assinada pelo próprio Da Vinci, que permite que os visitantes subam por rampas geminadas, sem se encontrarem.
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