Neste domingo, 21 de setembro, o MIS terá sessão especial do documentário “Nanook, o esquimó” com trilha sonora executada ao vivo pela banda indie Luckyman.
Filmado na região da Baía de Hudson, no Canadá, esse clássico de 1922 é o filme de estreia de Robert Flaherty e é considerado o precursor do documentário como gênero cinematográfico.
A produção muda acompanhada a suposta rotina do caçador Nanook e sua família, retratando a caça a animais, a pesca e as migrações de um grupo inuíte, totalmente, à margem da industrialização daquela década de 1920.
No palco do Auditório MIS, “Nanook, o esquimó” ganhará sonorização ao vivo da trilha sonora da Luckyman, banda, anteriormente, conhecida como Mr. Hendrik & the Flamboyants, que surgiu em 2016 com uma melodia contida com explosões sonoras, em diferentes camadas instrumentais.
Assim como explica o percussionista e bateirista Elohim Barros, em uma de suas redes sociais, a trilha foi criada, há três anos, quando o documentário completou 100 anos, cujo projeto se repete, agora no MIS, com algumas mudanças. “Encaixe perfeito”, diz o músico.
A apresentação contará também com Henk Nieman (violão, sanfona, berimbau de boca e gaita), Katz Rochlitz (teclado) e Gilles Eduar (saxofone barítono, clarinete, marimba e darbuka).

A polêmica com os esquimós
Filmado pela segunda vez, após um incêndio que comprometeu o original, “Nanook, o esquimó” (“Nanook of the North”, oficialmente, em inglês) é conhecido também pelo questionamento à veracidade do registro.
Para alguns, Flaherty manipulou a realidade inuíte para fins dramáticos, criando situações encenadas, como a caça com arpão, ainda que armas de fogo já fossem comuns entre aquela população indígena das regiões árticas do Alasca, Canadá e Groenlândia. Em outra cena, Nanook é apresentado a um gramofone, que ele também finge desconhecer.
O protagonista Nanook, na verdade, seria Allakariallak, cujo nome fictício significa “urso polar”, na mitologia inuíte (aliás, o nome correto para se referir aos esquimós, termo considerado pejorativo). Já a suposta esposa de Nanook não era de fato sua esposa.
Seja lá quais foram as técnicas usadas pelo cineasta, não dá para ignorar a importância histórica de seu documentário. Afinal de contas, não é todo dia que a gente senta para ver (e ouvir) um registro de 1922, no distante Ártico.

SERVIÇO
Cinematographo – “Nanook, o esquimó”
Auditório MIS (172 lugares)
Avenida Europa, 158 – Jd. Europa – São Paulo
21 de setembro de 2025, às 15h
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), disponíveis na plataforma Megapass (online) e na bilheteria do MIS
Classificação: 10 anos
O projeto Cinematographo é o programa mensal do MIS que resgata o clima das antigas sessões de cinema, com músicos convidados criando uma trilha sonora ao vivo.
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