Dia do Pantanal: saiba tudo antes de conhecer

Anualmente, no dia 12 de novembro, é celebrado o Dia do Pantanal, o menor bioma do Brasil.

Essa área de 210 mil km², entre o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, é endereço de quase mil espécies de animais e 3,5 mil espécies de plantas. Em outras palavras, bicho não vai faltar numa viagem à região.

Porém, no Pantanal nenhuma temporada é igual à outra. Aliás, nenhum dia se parece com o outro. Por ali, o ciclo da vida tem data para acontecer, e planejamento é fundamental para quem quer conhecer o Pantanal.

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Pantanal Norte, no Mato Grosso (foto: Eduardo Vessoni)

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Pantanal: quando ir

Esse Patrimônio da Humanidade pela ONU é dividido em Pantanal Norte (MT), onde ficam destinos como Cáceres (220 km de Cuiabá), Poconé (102 km) e Barão de Melgaço (110 km); e Pantanal Sul (MS), com destaque para cidades como Miranda (198 km de Campo Grande), Aquidauana (130 km) e Corumbá (420 km).

Para ver animais aos montes, a melhor época é entre os meses de julho e setembro, quando o nível dos rios é mais baixo e os bichos buscam água e alimento nas margens das estradas. Nessa época, os dias são quentes e abafados, porém as noites são mais frescas, a uma temperatura de cerca de 21 °C.

de agosto a novembro, é o período ideal para observação de onças, cujos safáris são realizados pela manhã bem cedo e no final de tarde.

Entre janeiro e março, as chuvas de verão costumam alagar a planície e os céus se alternam entre claros e nublados. É nessa época que os animais buscam refúgio em áreas mais elevadas, répteis botam seus ovos e começa a migração de aves. As temperaturas são elevadas e chegam a 32°C aproximadamente.

De abril a junho, encerra-se o período de precipitações, os céus do Pantanal ficam mais claros e os campos assumem tons mais verdes.

No entanto, vale lembrar que esse calendário* tem se alterado, consideravelmente, devido às mudanças climáticas.

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foto: Eduardo Vessoni

Como chegar

As capitais Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS) ainda sendo as principais portas de entrada para a região.

Quem quer chegar mais perto, a opção são os voos diretos, entre Viracopos (SP) e Corumbá (MS), uma viagem de cerca de duas horas.

O que fazer

O destaque no Pantanal Norte é a Transpantaneira (MT-060), estrada com 140 km de extensão, entre Poconé, portal do pantanal mato-grossense, e a localidade de Porto Jofre. A obra em si já é um atrativo imperdível, sobretudo, durante a temporada de cheia, quando animais podem ser vistos aos montes nas margens da estrada.

A região é endereço também do Parque Estadual Encontro das Águas, considerado o melhor local para observação de onças, além de habitat de tuiuiús, capivaras, tamanduás e jacarés.

Esse atrativo tem mais de 100 mil hectares, recortados por rios, onde é possível ver animais como capivaras, jacarés, ariranhas, onças e aves. O parque, que deve ser explorado em passeios de barcos motorizados, fica nas regiões de Poconé e Barão de Melgaço, no Mato Grosso.

O Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense tem como entrada o município de Poconé, onde o visitante pode fazer uma observação embarcada para ver animais e realizar caminhadas.

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Transpantaneira (foto: Eduardo Vessoni)

No Pantanal Sul, a Estrada-Parque Pantanal, entre os municípios de Miranda, Corumbá e Ladário, tem 116 km de terra batida, em uma área de 7 mil hectares. Com menos vida animal às margens, essa via vai da BR-262, na região do Buraco da Piranha, até Corumbá, incluindo travessia de balsa, no Rio Paraguai.

Assim como a irmão mato-grossense, essa estrada é cortada por pontes de madeira e dá acesso aos hotéis-fazenda da região.

A pouco mais de 90 km da capital sul-mato-grossense, entre Aquidauana e Dois Irmãos do Buriti, fica a Estrada Parque de Piraputanga. Essa APA (Área de Proteção Ambiental) de 42,5 km de extensão pode ser explorada em trilhas com vista para a Serra de Maracaju.


Safáris

Ambos estados pantaneiros oferecem saídas para observação da fauna local, cujos passeios, a partir de hotéis ou pousadas, começam por volta das cinco da manhã ou no final do dia, durante o pôr do sol.

Assim como nos tradicionais safáris da África, a experiência é garantida também por guias locais que viajam com rádios, por onde costumam avisar outras embarcações quando uma onça é encontrada em braços de rio.

Como não há nenhuma garantia de ver animais, não é recomendado fazer os populares bate-e-volta que costumam sair de capitais como Cuiabá e Campo, ou de Bonito (MS). As viagens locais podem ser realizados em voadeiras por braços de rios ou em veículos abertos.

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foto: Eduardo Vessoni

Com roteiro de até cinco dias, a agência Chapada Explorer tem saídas de 3 a 4 dias de duração, a partir de Cuiabá (MT), em safáris fluviais com guias especializados e hospedagem com pensão completa.

Quem quiser ir acompanhado de um profissional, a dica são as vivências com o fotógrafo Zig Koch, que frequenta a região desde 1986 e organiza expedições fotográficas para amadores. Seu roteiro de 6 dias de duração inclui hospedagens em pousadas ao longo da Transpantaneira.

Os roteiros têm início em Porto Jofre, a 5 horas de Cuiabá, aproximadamente, e seguem por pontos estratégicos para observação de onças.

Já a focagem noturna inclui observação de animais como corujas, lobinhos, jacarés, cervos, jaguatiricas e, quem sabe, onças pintadas. Os passeios podem ser contratados nos próprios hotéis ou pousadas.

Parque Estadual Encontro das Águas, no Pantanal Norte (foto: Eduardo Vessoni)

Day use

Quem visita Bonito, destino de ecoturismo a 130 km de Miranda (MS), pode fazer passeios de um dia para o Pantanal Sul. Porém, o Pantanal é uma região complexa que nem sempre se mostra em tours apressados.

As cidades de Aquidauana e Miranda são alguns dos municípios do Mato Grosso de Sul que costumam ser visitados nessa viagens de um dia, inclusive por turistas que se hospedam em Bonito.

Embora não seja a melhor forma de conhecer de verdade uma região tão ampla como o Pantanal, encare essa opção apenas se você não tiver tempo para uma visita mais longa. Uma alternativa é se hospedar nas pousadas de Aquidauana e Corumbá, por uma ou duas noites, para uma experiência mais completa.

Parque Estadual Pantanal do Rio Negro (foto: WIkimedia Commons)


Onde ficar

Mato Grosso do Sul

Pantanal Jungle Lodge: Fica na Estrada Parque Pantanal Sul, a 130 km de Corumbá, e tem quartos sobre palafitas.

Passo do Lontra: A 120 km de Corumbá, é famoso pelo circuito de passarelas de madeiras com 2 km de extensão.

Refúgio da Ilha: Tem atividades como canoagem e safári noturno, em uma ilha formada por dois braços de rio, a 25 km de Miranda.

Estância Caiman: Esse hotel na zona rural de Miranda, a 236 km de Campo Grande, oferece pensão completa e atividades como trilhas, passeios de canoa canadense, safáris em veículos abertos e focagem noturna de animais.


Mato Grosso

Hotel Sesc Porto Cercado: Tem passeios exclusivos na maior RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) do Brasil, uma área de 108 mil hectares. A 5 km dali fica o Parque Sesc Baía das Pedras, com atividades exclusivas para hóspedes.

Hotel Porto Jofre Pantanal Norte: Esse empreendimento a 245 km de Cuiabá, conhecido também como Hotel do Jamil, tem quartos com vista para o rio São Lourenço e oferece passeios no Parque Estadual Encontro das Águas, entre Poconé e Barão de Melgaço.

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foto: Pixabay / Pexels.com

Dica Viagem em Pauta
Antes de ir, é recomendado se vacinar contra a febre amarela, 10 dias antes da viagem. A dose, única e vitalícia, pode ser tomada sem custo em postos de saúde ou em aeroportos como Guarulhos e Congonhas (SP), ambos em São Paulo.

* com informações do Ministério do Turismo e Araras Eco Lodge,

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