Localizado no Parque Yitzhak Rabin, no Mirante do Pasmado, em Botafogo, o ‘Memorial às Vítimas do Holocausto’ foi inaugurado nesta quinta-feira, 19 de janeiro.
O projeto foi idealizado pelo ex-deputado Gerson Bergher e tem o objetivo de preservar e tornar conhecidas as histórias das vítimas da perseguição e do genocídio empreendido pelo sistema nazista.
Segundo a organização do espaço, das 11 milhões de vítimas, 6 milhões eram judeus. O Rio de Janeiro foi uma das cidades que recebeu boa parte dos imigrantes refugiados do trágico período.
“O Memorial às Vítimas do Holocausto não é dedicado apenas ao povo judeu, é um espaço de reflexão para todos”, destaca Alberto Klein, Presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto.
O nazismo atingiu também ciganos, negros, pessoas com deficiências física e mental, comunidade LGBTQIA+, Testemunhas de Jeová e maçons.
Um dos destaques do novo espaço carioca é o monumento a céu aberto, com 20 metros de altura em homenagem às vítimas do Holocausto.
Já o subsolo da praça abriga uma exposição com memórias e relatos de vítimas e sobreviventes de um dos maiores genocídios da história, apresentados em forma de imagens, áudios, sons e conteúdos interativos.
Entre as histórias apresentadas na exposição estão, entre tantas outras, as da princesa Maria Karoline, bisneta de D. Pedro II, morta na câmara de gás por ter deficiência, e a do jovem Mordechai Anielewicz que, com 24 anos, liderou a resistência no gueto de Varsóvia.
Mais do que tratar das atrocidades da época, o Memorial pretende trabalhar o tema pela ótica pedagógica, de forma que o Holocausto seja entendido como uma forma de alerta sobre preconceitos e discriminações que acontecem até hoje.
“Nós pretendemos fazer o visitante refletir sobre o ocorrido, a partir das histórias vivenciadas por pessoas”, explica Alfredo Tolmasquim, Coordenador do Comitê Curatorial do Memorial às Vitimas do Holocausto.
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Como é o Memorial às Vítimas do Holocausto
A experiência começa na rampa de entrada ao local, onde nomes de comunidades e cidades vão se rareando à medida em que a entrada principal se aproxima, em uma metáfora visual que remete às comunidades e locais que foram dizimados durante o Holocausto.
Do lado de dentro, o espaço “Centro Vida” traz o conteúdo museológico, no qual letras formam citações e retratos de sobreviventes.
Em seguida, a história do Holocausto é dividida em três grandes áreas: “A vida antes do Holocausto”, sobre os diferentes modos de vida na Alemanha, Polônia, Rússia e outros países; e “A vida durante o Holocausto”, onde tudo vai se descolorindo, inclusive o tom de pele e as cores das roupas do visitante, alterados a partir do efeito de uma iluminação especial da sala.
A visita termina na área “A vida após o Holocausto”, na qual a libertação, a imigração e a reconstrução serão o foco principal.
Além da exposição permanente, o ‘Memorial às Vítimas do Holocausto’, realizado pela Associação Cultural Memorial do Holocausto, com apoio institucional da Prefeitura do Rio e concepção do IDG, terá também espaços para mostras temporárias, além de um café, área multiuso para atividades educativas e culturais, e um programa montado para atender a estudantes do ensino público e privado.
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