Seja lá qual for a sua opinião sobre o novo filme de Ridley Scott, mas conhecer a biografia de Napoleão Bonaparte é sempre uma viagem.
Diretor de clássicos como ‘Alien’, ‘Blade Runner’ e ‘Thelma e Louise’, o cineasta britânico acaba de estrear o épico histórico sobre a incansável luta de Napoleão (Joaquin Phoenix) pelo poder e sua conturbada relação conjugal com Josephine (Vanessa Kirby).
As opiniões sobre esse longa apressado de 2h30 de duração (e um sem fim de pontas soltas e fatos históricos que mais confundem do que explicam) estão divididas. Ainda assim, acompanhar uma cinebiografia do militar que aterrorizou a Europa é viajar sem sair de casa.
Confira abaixo destinos do mundo por onde Napoleão passou.
(* com informações da Fondation Napoleon)
CÓRSEGA
(França)
Nascido nessa ilha do Mediterrâneo, um ano depois desse pedaço de ter passado das mãos da República de Gênova para a França, Napoleão costumava brincar de guerra com seu irmão mais velho.
Atualmente, a casa simples da família, em Ajaccio, abriga um museu dedicado às histórias dos Bonaparte.
TOULON
(França)
Aos 24 anos, o jovem capitão Napoleão libertou o porto dessa cidade na Riviera Francesa, na época, sitiada pelos ingleses que estavam em guerra com os franceses.
Um dos poucos atrativos que fazem referência a seu polêmico morador é o Forte Napoleon, obra militar construída entre 1812 e 1821, por ordem do próprio Imperador Napoleão.
LODI
(Itália)
Foi nessa comuna no norte da Itália que Napoleão liderou sua primeira investida contra os austríacos, entre 1796 e 1797.
Mesmo com um exército mal equipado e cansado, Napoleão saiu vitorioso e tentou governar as regiões conquistadas, como Arcole e Rivoli.
Em maio de 1800, Napoleão investiria outra vez contra os austríacos, atravessando os Alpes para conquistar vitória em Marengo, em junho daquele mesmo ano, com aquela que ficaria conhecida como Batalha de Marengo, durante a Segunda Campanha de Napoleão na Itália.
Outro momento histórico foi a Batalha de Austerlitz, considerada uma das maiores vitórias de Napoleão, um ano depois de ter sido coroado imperador, em 1804.
EGITO
O país é cenário de uma das cenas mais discutidas sobre o filme de Ridley Scott.
De fato, Napoleão esteve no Egito, em 1798, para impedir a influência dos ingleses na região, mas não existem registros de que o militar teria atirado nas pirâmides, como mostra o personagem vivido no cinema por Joaquin Phoenix.
O certo é que Bonaparte voltou para a França com parte de sua tropa, em 1798, e seu exército, derrotado, em 1801.
SAINT-CLOUD
(França)
Com a ajuda de seu irmão mais novo, Lucien, Napoleão Bonaparte assumiu o poder entre os dias 9 e 10 de novembro de 1799, protagonizando o que ficaria conhecido como o “golpe de estado de Brumário”, marcando o início da era napoleônica na França e na Europa.
Foi no Castelo de Saint-Cloud, próximo a Paris, que Napoleão fixou residência, cuja construção foi incendiada em 1870, quase 50 anos após a morte do imperador francês. Apesar de não ter sido reconstruído, o local ainda guarda um parque e um museu que reconta a história do castelo.
RUEIL-MALMAISON
(França)
Comprado pela esposa de Napoleão, Josephine, em 1799, o Castelo de Malmaison era um dos endereços de descanso preferidos do militar, uma residência imponente que tinha um grande parque e uma estufa com flores raras.
Atualmente, o local abriga um museu nacional que guarda móveis, pinturas e instrumentos musicais da época.
CATEDRAL DE NOTRE-DAME
(França)
Diante de um público de cerca de 12 mil pessoas, Napoleão foi coroado imperador nessa catedral da capital francesa, no dia 2 de dezembro de 1804.
Atualmente, a catedral, um dos principais pontos turísticos de Paris, está em fase final da restauração iniciada, após o incêndio de 2019.
MILÃO
(Itália)
O militar instituiu o Reino da Itália, o primeiro estado napoleônico fora da França, onde foi coroado rei, em Milão, em 26 de maio de 1805, quando a cidade se tornaria a capital daquele reino.
Atualmente, o Foro Bonaparte é um anel rodoviário que abriga patrimônios históricos como o Arco della Pace, uma espécie de Arco do Triunfo italiano, criado originalmente para glorificar Napoleão.
ALEMANHA / RÚSSIA / ESPANHA
Nos anos seguintes, Napoleão encabeçou combates contra as forças prussianas na região alemã do Reno; contra os russos, em Eylau, na antiga Prússia Oriental; e também em Madri, durante a Guerra da Península, em 1813, “um fracasso retumbante para Napoleão”.
COMPIÈGNE
(França)
Em 1810, Napoleão foi morar no Castelo de Compiègne com sua segunda esposa, a arquiduquesa Maria Luísa de Habsburgo, filha do Imperador da Áustria, com quem teve um filho.
A menos de 100 quilômetros de Paris, o local abriga um parque, o Museu Nacional do Carro e outro que recria aposentos imperiais, ricamente, mobiliados.
MOSCOU
(Rússia)
Em 1812, durante a Invasão francesa da Rússia, Napoelão não só viu Moscou arder em chamas como também acompanhou o enfraquecimento da hegemonia francesa na Europa e teve sua fama militar abalada.
FONTAINEBLEAU
(França)
Com a Paris invadida por inimigos, em 1814, Napoleão se refugiou no Castelo de Fontainebleau, no Norte da França, onde assinou sua abdicação e de onde partiu para seu exílio, na Ilha de Elba, na Itália.
Após nove meses de exílio nessa ilha na Toscana, Napoleão conseguiu fugir e desembarcar na costa francesa em 1º de março de 1815, em Golfe-Juan, dando início aos Cem Dias de Napoleão.
O período marca também o último grande conflito das Guerras Napoleônicas, quando suas tropas foram derrotadas pelo exército anglo-prussiano, na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em 18 de junho de 1815.
SANTA HELENA
Se a vida do imperador francês foi de conquistas e prestígio, seus últimos anos de vida foram de isolamento, em um dos endereços mais remotos do planeta.
Esse Território Ultramarino Britânico, a cinco dias de navio da Cidade do Cabo, na África do Sul, serviu como fortaleza natural para assegurar o exílio de Napoleão, preso pelos britânicos, após ser derrotado em Waterloo.
O militar francês esteve sob olhares de soldados britânicos até morrer de câncer no estômago, em 1821. Atualmente, a ilha, um dos endereços mais remotos do planeta, tem a história de Bonaparte como o principal atrativo turístico, além de trilhas e mergulho.
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PARIS
(França)
Embora Napoleão Bonaparte seja lembrado em Santa Helena, em uma cripta rodeada por 12 ciprestes em memória aos 12 anos de Guerras Napoleônicas, seus restos mortais se encontram na capital francesa, desde 1861.
O Palácio dos Inválidos abriga também os túmulos de Napoleão II, Jérôme e Joseph Bonaparte, irmãos de Napoleão.
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