Abaixo-assinado e material barato deram origem ao Cristo Redentor


Seja você católico ou não, é do alto do Corcovado que se tem uma das vistas mais impactantes do planeta.

Erguido com uma altura equivalente a um prédio de 13 andares, a estátua mais famosa do Brasil tem 38 metros (30 do monumento e 8 do pedestal), sua cabeça pesa 30 toneladas e o pé mede 1,35 metros (o que exigiria um calçado tamanho… 530). Sem falar na Baía de Guanabara que vem de brinde.

Mas se não fosse a insistência de mais de vinte mil mulheres católicas e o uso de matéria-prima abundante e barata, talvez a história da maior estátua do mundo em estilo art déco seria outra. Ou nem fosse.

foto: Creative Commons

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Inaugurado no topo do morro do Corcovado, em 12 de outubro de 1931, o Cristo Redentor fica no Parque Nacional da Tijuca e é a atração turística mais visitada da capital fluminense.

Tudo graças a uma solicitação coletiva liderada pela escritora Laurita Lacerda, em 1922, que pedia ao então presidente Epitácio Pessoa a autorização para a construção da obra, cujo custo de 2.500 contos de réis (R$ 9,5 milhões, em valores atualizados) foi bancado com doações.

Considerado baixo para os padrões da obra, o monumento saiu mais em conta, devido à proposta do engenheiro responsável, Heitor da Silva Costa, que sugeriu o uso de concreto armado e revestimento de pedra-sabão, matéria-prima barata e abundante no Brasil, além de ser mais resistente à erosão.

Só para se ter uma ideia, a Estátua da Liberdade, inaugurada em Nova York, em 1886, foi feita com armação metálica, a um custo de 60 mil contos de réis (algo em torno de R$ 228 milhões atuais).

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foto: Creative Commons

Cortada em milhares de peças de três centímetros, as peças de pedra-sabão foram coladas em cartolinas à mão e depois aplicadas no monumento. As exceções foram a cabeça e as mãos de Cristo, moldadas na França e separadas em peças numeradas para montagem no Brasil.

A 710 metros do nível do mar, a obra foi projetada também para resistir a ventos de até 250 km/h, quatro vezes mais do que se costuma registrar no alto do Corcovado, segundo o Santuário Cristo Redentor.

Distante dos olhos dos visitantes, seu interior guarda uma imagem estilizada de 1,30m do Sagrado Coração de Jesus, onde os engenheiros Heitor Levy e Pedro Fernandes Viana colocaram um frasco de vidro com um pergaminho com a árvore genealógica de suas famílias, como demonstração de fé e gratidão.


COMO CHEGAR AO CRISTO REDENTOR

É possível chegar ao monumento de carro, via Cosme Velho, ou de vans que saem de diversos pontos da cidade, como o Largo do Machado e a Barra da Tijuca.

Porém, a via de acesso mais cenográfica é a bordo do Trem do Corcovado, pela centenária Estrada de Ferro do Corcovado que corta o Parque Nacional da Tijuca e foi construída a pedido de d. Pedro II, inaugurada como a primeira via férrea turística do Brasil.

O trajeto dura cerca de 20 minutos e custa entre R$ 97,50 e R$ 122,50. Anualmente, o atrativo recebe mais de 600 mil visitantes.

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foto: Trem do Corcovado/Reprodução

SAIBA MAIS
Trem do Corcovado

Rua Cosme Velho, 513 (Cosme Velho – Rio de Janeiro)

Tel.: (21) 2558-1329

De seg. a sex., das 8h às 17h; sáb., dom. e feriados, das 8h às 18h, com saídas a cada vinte minutos

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