Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba faz 140 anos: veja como é a viagem de trem

“Que viagem, nunca vi mais bela.” Essa teria sido a impressão que a princesa Isabel teve ao inaugurar a Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, aberta, oficialmente, em 1885.

E, 140 anos depois, a sensação parece ser a mesma.

Recentemente, o Viagem em Pauta embarcou no Trem da Serra da Mar Paranaense, numa viagem de 70 km, que passa pelo maior trecho contínuo de Mata Atlântica do Brasil, cruza vales, rios e cascatas, e parece flutuar em trilhos sobre penhascos e desfiladeiros.

foto: @flaviodutramkt/Divulgação

Viagem de trem

Não é à toa que essa viagem entre a histórica Morretes e a capital do Paraná foi eleita por publicações como Wall Street Journal, The Guardian e Lonely Planet (“Amazing Train Journeys” 2025) um dos roteiros ferroviários mais cenográficos do mundo, ao lado de concorrentes de peso como o Glacier Express, na Suíça, o Darjeeling Toy Train, na Índia, e The TranzAlpine, na Nova Zelândia.

“O trem tem essa magia de ligar o presente, o passado e o futuro, conectando gerações”, analisa Patrick dos Santos, guia de turismo da viagem operada pela Serra Verde Express que, desde que foi fundada, em 1997, já transportou mais de 4,5 milhões de passageiros.

Assim como também lembra Santos, a ferrovia, inaugurada oficialmente em 5 de fevereiro de 1885, foi desenhada pelos irmãos Antônio e André Rebouças, conhecidos como os primeiros engenheiros negros de formação universitária, no Brasil.

É tanta coisa para ver que a gente mal sabe para onde olhar, durante as mais de 4 horas de viagem. Por isso, para facilitar, os guias a bordo anunciam com antecedência a chegada da próxima atração, como o complexo montanhoso do Conjunto Marumbi, que passa imponente pelos amplos janelões dos vagões.

Conjunto Marumbi (foto: Eduardo Vessoni)

LEIA TAMBÉM: “Único no mundo, parque é bate e volta imperdível a 1h de Curitiba”

Um dos destaques é a ponte São João, construção belga com 112 metros de extensão, a 70 metros de altura, que faz o passageiro ter a impressão de que o trem flutua sobre a Serra do Mar.

Outro atrativo turístico que faz todo mundo colar o rosto na janela é a passagem pela cruz que marca o ponto em que o Barão de Serro Azul, um dos maiores cultivadores de erva-mate do mundo, foi executado pelas tropas de Floriano Peixoto, durante a Revolução Federalista, no km 65 da estrada de ferro, em maio de 1894.

Aliás, o barão empresta o nome para um dos vagões mais concorridos da viagem, equipado com varanda panorâmica na cauda do trem, no trajeto que vai de Curitiba a Morretes.

Passeio de trem Curitiba a Morretes (foto: Divulgação)

A viagem em números
Com capacidade para até 1.200 passageiros, o Trem da Serra do Mar Paranaense tem 25 vagões, divididos em 4 categorias: Econômica, Turística, Litorinas de Luxo e Boutique, essa última, conhecida como Barão do Serro Azul.

A viagem entre as estações ferroviárias de Curitiba e Morretes dura cerca de 4h30 e passa por 41 pontes, 13 túneis, a uma altitude de até 952 metros sobre o nível do mar.

Da capital paranaense, o trem sai da Estação Rodoferroviária de Curitiba, às 8:30, e o retorno (incluso no bilhete) é feito em van, ônibus ou micro-ônibus, no período da tarde.

A passagem inclui também serviço de bordo com 1 kit snack, 1 água ou 1 refrigerante, almoço com o tradicional barreado no restaurante Stazione, tour guiado em Morretes ou Antonina, e visita ao Parque Temático Hisgeopar.


Quando ir
Ambos trajetos podem ser feitos ao longo de todo o ano, de sexta a domingo e feriados. Durante a alta temporada, que vai de dezembro a fevereiro e na segunda quinzena de julho, os trens têm saídas diárias.

Saiba mais: www.serraverdeexpress.com.br

VEJA VÍDEO

Como chegar
Entre os terminais Tietê (SP) e o de Curitiba (PR), a viagem de ônibus dura cerca de 6h30 e é operada, diariamente, pela Viação Cometa (viacaocometa.com.br), em 14 diferentes opções de horários.

Um dos destaques é o bilhete Cama, com poltronas com 180° de inclinação, separadas em cabines como as de classes executivas de companhias aéreas, além de USB e ar condicionado individuais, kit com manta e travesseiro, e mimos na estrada.

Cantina Baviera, em Curitiba (foto: Eduardo Vessoni)

Antes de voltar para São Paulo, o Viagem em Pauta jantou na Cantina Baviera, restaurante localizado em uma antiga estrebaria de 98 anos, no Centro Histórico de Curitiba.

A casa é conhecida por clássicos como a sopa de cebola montada em camadas, individualmente, na cumbuca, gratinada no forno a lenha e considerada por muitos gastrônomos a melhor do Brasil.

O cardápio conta também com carnes, peixe do dia, massas e pizzas. Não deixe de provar o sorvete de creme com azeitonas pretas, em calda de vinho do Porto e especiarias.

Saiba mais
Baviera – Cantina e Pizzaria
Alameda Augusto Stelfeld, 26 – Centro – Curitiba – PR
Tel.: (41) 3232-1995
www.cantinabaviera.com.br


TURISMO NO PARANÁ

LEIA TAMBÉM: “Único no mundo, parque é bate e volta imperdível a 1h de Curitiba”

LEIA TAMBÉM: “Buraco do Padre é atração fácil (e exclusiva) no Paraná, a 2h de Curitiba”

* O Viagem em Pauta viajou com o apoio da Serra Verde Express, Viação Cometa e Movida Aluguel de Carros.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*