Pela primeira vez em sua história, o Parque Nacional do Iguaçu, no oeste do Paraná, registrou em vídeo uma das aves mais raras da América do Sul.
O uiraçu (Morphnus guianensis) foi captado pelas armadilhas fotográficas instaladas pelo Projeto Onças do Iguaçu, quando a ave desceu ao chão da floresta.
Essa águia das florestas brasileiras é uma ave de rapina, que pode medir até 84 centímetros de comprimento e pesar de 1,3kg a 1,8kg. Considerada silenciosa e misteriosa,a espécie habita as florestas densas da Amazônia e da Mata Atlântica, e é um dos predadores mais discretos das Américas.
Ameaçado de extinção pela perda de habitat, a ave representa um marco na conservação e no equilíbrio da vida na Mata Atlântica.
“O registro de um uiraçu aqui no parque é prova da qualidade ambiental, visto que é um predador do topo da cadeia, que precisa de áreas extensas e intactas. O Parque Nacional do Iguaçu segue sendo um refúgio seguro para a vida selvagem”, define Yara Barros, coordenadora do projeto, em nota enviada ao Viagem em Pauta.
Já o chefe do Parque Nacional, José Ulisses dos Santos, comenta que o registro “é motivo de imenso orgulho e celebração para todos nós. É uma prova viva da relevância ecológica do parque como unidade de conservação e reflete diretamente o quanto valeu a pena as décadas de defesa da integridade do seu território”.
Anteriormente, em 2022, houve um registro fotográfico por um observador de aves, publicado na revista científica Cotinga (n.º 47, 2025). Na ocasião, o uiraçu foi observado predando um gambá, o que representou a primeira documentação desse comportamento alimentar para a espécie, que era considerada localmente extinta desde 1964.
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