Quando a escultura e o ativismo ambiental se encontram, o resultado é um trabalho orgânico em que a gente nunca sabe o que é arte introduzida e o que já estava ali.
No caso do artista Jason deCaires Taylor, mais do que fazer arte, esse britânico cria vida.
Conhecido por seus museus subaquáticos em Cancún e mais recentemente em Cannes, na França, esse escultor acaba de inaugurar o MUSAN (sigla em inglês para Museu da Escultura Subaquática), na cidade mediterrânea de Ayia Napa, no Chipre.
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São mais de 93 obras submersas que formam uma espécie de floresta terrestre de tons surreais, considerada a primeira do gênero no mundo, a 200 metros da praia de Pernera, na costa leste da ilha.
Para isso, foram projetadas peças para atrair vida marinha em grande escala e assim estimular, organicamente, a formação de recifes em superfícies texturizadas e materiais de Ph neutro.
Dali para frente, a natureza faz o resto do trabalho.
“A vida marinha no Mediterrâneo foi seriamente esgotada nos últimos 20 anos. A necessidade de ressuscitar nossos oceanos é tão urgente quanto a de restabelecer nossa conexão com o mundo natural”, explica o artista em nota enviada para o Viagem em Pauta.
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Museu subaquático
Encomendado pela prefeitura de Ayia Napa e pelo departamento local de pesca e pesquisa marinha, o MUSAN fica a uma profundidade que varia de 8 a 10 metros e pode ser acessado por snorkel, a nado ou em mergulhos com cilindro.
O acervo marinho de Taylor abriga cenas cotidianas como crianças brincando, em uma referência à perda das relações dos pequenos com o meio ambiente, nos últimos anos,
Taylor é considerado o primeiro artista do mundo a levar para o fundo do mar o conceito de Land Art, quando a arte se integra ao meio ambiente e sua evolução assume rumos imprevisíveis, segundo a dinâmica de cada ambiente natural.
Mais do que beleza cênica e entretenimento para mergulhadores, seus projetos são um alerta para a defesa dos oceanos e servem de endereço para a criação de um imenso arrecife artificial que ajuda no desenvolvimento de biomassa marinha e na reprodução de espécies locais, criando refúgios e um novo habitat.
Descrito pela revista Foreign Policy como o “Jacques Cousteau do mundo da arte”, Jason DeCaires Taylor, em mais de 20 anos de experiência como mergulhador, cria instalações vivas submarinas que propõem uma discussão sobre a consciência ambiental.
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