Ernest Hemingway pode até ter vivido dias de festa na capital da França. Mas, curiosamente, nenhuma de suas ficções tiveram Paris como protagonista.
“Se, na juventude, você teve a sorte de viver na cidade de Paris, ela o acompanhará sempre até o fim da sua vida (…). Paris é uma festa móvel”, aconselharia o escritor a um amigo, anos mais tarde.
No último mês de novembro foi lançada a edição comemorativa de “Hemingway e Paris: um caso de amor” (ed. Gryphus). Esgotada há mais de duas décadas, a obra revisada e atualizada de Benjamim Santos revisita endereços parisienses por onde Hemingway passou suas temporadas na Europa.
Essa detalhada pesquisa sobre a experiência do estadunidense em Paris traz uma mescla de biografia, diário de viagem e experiências do próprio brasileiro em Paris. No livro de Benjamim, porém, os gêneros se (con)fundem e, em alguns trechos, confundem o leitor.
Mas como ele mesmo descreve, “mesmo em saber que estava sendo escrito, o livro começou a ser escrito quando estive em Paris pela primeira vez”.
A edição comemorativa, revista e ampliada, inclui texto de contracapa de Francisco Brennand, além de dois cadernos de imagens comentados pelo autor, sobre o período em que Hemingway morou em Paris e os enderços históricos parisienses que hoje são consagrados e que foram frequentados pelo escritor.
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Hemingway em Paris
Quando o autor de “Por Quem os Sinos Dobram” e “O Velho e o Mar” chegou de vez a Paris, em 21 de dezembro de 1921, a capital francesa era o centro das atenções e aquele jovem boêmio de 22 anos não poderia ficar de fora daquele fim de Belle Époque.
Após uma tentativa frustrada de atuar na guerra na Europa, onde dirigiu ambulâncias e foi correspondente para uma revista canadense, Hemingway por fim se instalou em Paris, a partir de 1921.
Fascinado com Bordeaux em sua primeira visita à Europa, em 1918, Paris não o conquistaria dessa vez. Era só uma questão de tempo para Ernie se entregar de vez à cidade.
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No recém-reeditado “Hemingway e Paris: um caso de amor”, Benjamim Santos é o guia que leva o leitor a olhar pelo buraco da fechadura das primeiras moradias de Hemingway na capital francesa, refazer antigos caminhos do escritor, como o Jardim de Luxemburgo, e parar para tomar umas e outras em alguns de seus bares preferidos.
Um dos destaques dessa nova edição é a inclusão das cronologias de Paris e da vida de Hemingway na cidade, seguidas de sua bibliografia e de uma lista de filmes feitos a partir de suas obras.
Como lembra Benjamim, “desde 1921, Hemingway sempre teve o coração voltado para Paris”, cujo amor pela cidade foi a “matéria-prima de “Paris é uma festa”. “Paris vale sempre a pena, pois somos sempre compensados de tudo o que lhe tivermos dado”, deixaria registrado nesse seu livro póstumo.
A gente até sai de Paris, mas Ernest Hemingway nunca mais saiu de lá.
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