Os números do 11º Polentaço são tão elevados quanto a quantidade de polenta servida em dois dias de evento.
No último final de semana, Monte Belo do Sul, na Serra Gaúcha, abrigou a 11ª edição do evento bianual que desde 1996 acontece nesse pequeno município a 140 km de Porto Alegre e a 17 km de Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos.
Este ano, além das tradicionais 1,6 toneladas de polenta preparadas e distribuídas ao público (800 quilos do alimento por dia), o Polentaço teve 6,5 mil porções do alimento, servido com molho de carne e queijo ralado.
Durante os dois dias de evento, essa cidade de menos de três mil habitantes recebeu 15 mil pessoas, mais do que o dobro do público registrado na última edição, em 2019, antes do início da pandemia.
“O Polentaço agrega entusiasmo, tradição, parcerias e voluntariado, tendo papel fundamental na guinada que o município deu no turismo e na atração de empreendedores”, comemora o secretário municipal de Cultura e Turismo, Álvaro Manzoni.
O evento beneficia diretamente empreendedores de pequeno e médio portes, e esta edição contou com mais de 30 pequenas empresas que expuseram e comercializaram seus produtos.
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Polentaço
O momento mais aguardado, porém, é o “tombo da polenta”, hora da passagem do alimento do tacho de preparo para o recipiente de onde é retirada a polenta distribuída à população.
Os trabalhos de preparação começam bem cedo e seguem até às 14h30, quando é feito o tradicional tombo do alimento em um tabuleiro gigante. Mas para isso, doze homens se revezam em turnos para mexer o líquido no caldeirão com imensas espátulas de madeira.
Segundo o voluntário Anselmo Eidemann, marceneiro aposentado de 81 anos, para cada polenta de 800 quilos foram usados 125 quilos de farinha, 600 litros de água, cinco quilos de sal e três litros de óleo de soja para produzir cada tacho.
“Quando a polenta é servida para as pessoas, recebe o complemento de molho de carne e mais 450 quilos de queijo”, conta esse catarinense de Rio do Oeste.
Mas isso não foi tudo.
Esculturas de… polenta
O Polentaço é conhecido também pelo inusitado concurso de esculturas feitas com polenta.
“A polenta mobiliza não só a cidade, mas toda a região. Está ligada com a história das primeiras famílias que chegaram aqui e plantavam milho e pinhão”, explica Álvaro Manzoni para a reportagem.
Considerada única do gênero em todo o mundo, a competição contou com 41 inscritas nesta edição, cuja campeã foi a obra ‘Imigração Italiana, o embarque em Gênova no navio Colomba’, assinada pela Comunidade São Pedro.
Já o Troféu destaque foi para a Comunidade Nossa Senhora de Caravaggio, que montou ‘La casa del Nonno Bépi’, obra feita apenas com polenta.
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