Águas quentes, rasas e tranquilas.
Se você que é daqui mesmo não perderia a chance de passar férias em um lugar com essas condições, imagina aqueles gigantes que vêm de longe para criar filhotes.
De julho a novembro, aproximadamente, o extremo sul da Bahia é destino de milhares de baleias jubarte que deixam as águas frias da Antártica para se reproduzir no Brasil e amamentar filhotes.
É por esse motivo, dizem, que as baleias-jubarte são… brasileiras.
A 250 km de Porto Seguro, Caravelas serve como base para quem embarca nos passeios de observação de baleias, em direção ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
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As jubarte podem ser encontradas em todos os oceanos do planeta.
Segundo o biólogo Eduardo Camargo, do projeto Baleia Jubarte, existem diversas populações desses animais com comportamento migratório, algumas nos hemisférios Norte ou Sul, outras nos oceanos Atlântico ou Pacífico.
A plataforma continental que avança por até 150 km da costa baiana forma uma verdadeira piscina infantil para a criação de filhotes de baleias, em águas quentes e rasas com profundidade que varia de 40 a 50 metros.
“É como se fosse aquela piscina infantil do clube, um lugar ideal para mães e filhote”, compara Eduardo.
Uma de suas particularidades é a comunicação entre as populações de baleias. Esses animais são conhecidos pelos cantos produzidos pelo machos, tanto para atrair uma fêmea como para afastar outros machos.
“Já tem uma série de estudos que avaliam que a música é complexa, com sonetos, com estrofes que se repetem e evoluem, a cada temporada”, explica o biólogo.
Os saltos são outro comportamento das jubarte.
Para a bióloga e mergulhadora Luciana Fuzetti, existem várias teorias que explicam aqueles shows aéreos. Para alguns pesquisadores, isso faz parte do ritual de acasalamento; para outros, é uma forma de se livrarem de cracas ou parasitas do corpo.
“Mas há também um consenso que diz que as jubarte pulam porque são felizes e saltam porque estão brincando”, explica Luciana.
A região de Abrolhos, a cerca de quatro horas de navegação da costa baiana, é considerada o maior berço reprodutivo do Atlântico Sul.
Entre julho e novembro, por exemplo, Abrolho é lugar certeiro para observação desses animais, cujos passeios de observação de baleias partem de Caravelas, a 250 km de Porto Seguro, em direção ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
“É como se fosse aquela piscina infantil do clube, um lugar ideal para mães e filhote”, compara Eduardo Camargo sobre aquela região sem ondas e com águas mais quentes.
Criado em 1983, o parque protege uma área de pouco mais de 91 mil hectares e é formado por outras ilhas menores e sem acesso humano, como a Redonda, Sueste e Guarita.
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