Antiga área desértica e marinha, há milhares de anos, a Chapada dos Guimarães não tem a mesma fama da baiana Diamantina nem o misticismo gratiluz de Veadeiros, em Goiás.
Ainda assim, prepare-se para um cenário surreal formado por cidades de pedras, rio de águas, exageradamente, cristalinas e um tapete verde que se estende em direção a Cuiabá, a pouco mais de uma hora dali.
Cenário de novelas como “Ana Raio e Zé Trovão” e “Fera Ferida” e do reality show “No limite”, a menor chapada do Brasil se agiganta em uma sequência de mais de 150 quilômetros ininterruptos de paredões de arenito que abraçam a região, a 70 km da capital mato-grossense, aproximadamente.
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QUANDO IR
No final da tarde, a neblina que vai tomando conta da rua Quinco Caldas e da praça da igreja, no centro, até confunde os desavisados.
Cinco graus mais frio do que Cuiabá, em média, o município da Chapada dos Guimarães surpreende quem espera encontrar aquele típico calorão do Centro-Oeste, sobretudo entre maio e agosto, quando os termômetros podem marcar 10°C.
A época de chuva costuma ir de fevereiro a março, e a de seca, de julho a outubro, quando as altas temperaturas podem causar incêndios florestais. Segundo guias da região, os melhores meses para visitar a região é maio, quando o índice pluviométrico é baixo, e setembro, com temperaturas mais amenas.
COMO CHEGAR
O aeroporto mais próximo fica no município de Várzea Grande, vizinho a Cuiabá, e é a principal entrada para a Chapada dos Guimarães.
O destino fica a 70 quilômetros da capital mato-grossense, aproximadamente, por estradas como a BR-251 e a MT-020. Já quem vai de ônibus, a viagem (R$ 24,13) dura 1h30 e é operada pela empresa CMT (consorciometropolitano.com.br), em dez diferentes horários de saída, ao longo do dia.
O QUE FAZER NA CHAPADA DOS GUIMARÃES
Parque Nacional da Chapada dos Guimarães
Em uma área preservada de mais de 32 mil hectares, o parque é a principal atração por ali, onde tem cachoeira, mirantes, trilhas por uma imensa cidade de rochas afiadas pelos ventos e, como ninguém é de ferro, mergulho livre em águas, exageradamente, cristalinas.
Esse parque a 12 km da cidade homônima tem ingresso gratuito e abriga praticamente os principais atrativos turísticos da região, porém exige a contratação de um guia em locais como a Cidade de Pedra e o Vale do Rio Claro.
Para quem vai explorar a região, em roteiros de mais de um dia, a dica é se hospedar na Chapada dos Guimarães, cidade-base a poucos quilômetros dos principais atrativos.
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Véu de Noiva
Eis o atrativo mais conhecido da Chapada dos Guimarães.
Para começar a viagem sem muito esforço, essa cachoeira de 86 metros de altura com águas do Córrego Coxipozinho pode ser vista do alto de um mirante com vista para a serra e para os paredões de arenito em forma de ferradura e que abraçam o poço formado pelas águas que caem do alto.
A atração fica no final de uma trilha curta de 600 metros, bem próxima da entrada do parque (MT-251 -Km 50 ), e não exige agendamento prévio nem contratação de guias.
Outro roteiro é o Circuito das Cachoeiras, uma trilha de seis quilômetros (ida e volta) e dificuldade moderada, passando por piscinas naturais formadas pelas quedas d’água Sete de Setembro, Pulo, Degraus, Prainha, Andorinhas e Independência, a última com banho proibido.
Com início na portaria principal do parque, próximo ao Véu de Noiva, a caminhada é autoguiada e tem limite diário de 150 pessoas, cuja entrada é permitida das 8h30 às 12h, com saída até 16h.
Morro de São Jerônimo
Com mais de 800 metros de altitude, é considerado um dos pontos mais altos de toda a Chapada dos Guimarães.
Para chegar até lá, uma caminhada exigente, que inclui uma pequena escalada, dura entre cinco e seis horas. É necessária a contratação de um condutor autorizado pelo parque nacional, que deve fazer também o agendamento prévio no sistema de visitas do ICMBio.
A atividade pode ser combinada com a Casa de Pedra, uma gruta esculpida pelas águas do córrego Independência, que um dia teria servido de refúgio para escravizados fugitivos e pelos homens da Coluna Prestes.
Habitada por morcegos e cenário da abertura da novela ‘Fera Ferida’, de 1993, o atrativo guarda também vestígios de inscrições rupestres.
Cidade de Pedra
A 24 km do Véu de Noiva, aproximadamente, esse atrativo só deve ser explorado em carros 4×4, que fica estacionado a poucos metros do início de uma trilha de 500 metros. Dali, a caminhada dá acesso a mirantes com vista única do Vale do Rio Claro e daquelas impressionantes muralhas rochosas.
Ao longo da trilha, são sete paradas em mirantes, a uma altura que chega a 400 metros de altura, sobre aquele cenário que parece uma imensa cidade abandonada de rochas esculpidas pela ação dos ventos e da chuva.
A entrada é permitida apenas com o acompanhamento de um guia ou condutor cadastrado pelo Parque Nacional e está restrita a 120 pessoas por dia.
Crista de Galo
Da Cidade de Pedra é possível seguir até esse outro atrativo cenográfico da Chapada dos Guimarães, onde também se tem vista panorâmica da região.
Seu nome é uma referência às formações rochosas que lembram cristas-de-galo petrificadas. Tudo muito lindo, porém exigente.
A subida íngreme exige disposição, mas compensa pela vista de 360° daquele cenário com a vegetação aos pés dos paredões rochosos, cuja trilha só deve ser feita com condutor ou guia, responsável também pelo agendamento da visita.
Vale do Rio Claro
Inserido em uma região que vê o encontro de três (abafantes) biomas – Cerrado, Amazônia e Pantanal – esse é mais um daqueles destinos do Centro-Oeste brasileiro com temperaturas elevadas.
Mas a Chapada não só exige, mas também compensa.
Aberto para apenas 72 pessoas por dia, o Vale do Rio Claro é considerado um dos locais mais restritos em todo o Parque Nacional e uma das experiências mais impactantes de todo o destino.
Para isso, basta se equipar com máscara e snorkel para fazer uma descida de rio em águas, exageradamente, claras, em um circuito de pouco mais de um quilômetro com obstáculos naturais que deixam a experiência ainda mais interessante, como troncos de árvores.
O próprio condutor contratado fica responsável também pelo agendamento da visita, cuja entrada é permitida até às 11h e com saída até 17h30.
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Querem estadualizar o parque nacional de chapada dos Guimarães para estradas e Torres e destruição da fauna flora rios nascentes