Como é o aeroporto para extraterrestres, no Mato Grosso

Se os mistérios intraterrenos e os portais para outras dimensões ainda são assuntos sem explicações na Serra do Roncador, no Mato Grosso, é no plano terrestre que a região exibe sua versão mais inusitada: um aeroporto para extraterrestres.

A mais de 500 km de Cuiabá, Barra do Garças é porta de entrada para trilhas escondidas, cachoeiras, pinturas rupestres e… aeródromo intergaláctico.

De acordo com a prefeitura da cidade, o aeroporto é conhecido internacionalmente como o primeiro espaço do mundo destinado a receber OVNIs.

Discoporto em Barra do Garças (MT) (foto: Secom-BG)

Localizado no Parque Estadual da Serra Azul, com acesso por área urbana da cidade, o local, obviamente, é feito para turistas fazerem fotos e se divertirem com uma das temáticas que giram em torno do turismo no destino.

“É uma ideia para incentivar o turismo e aproveitar esse gancho místico de Barra dos Garças”, explica Carlos Augusto Santos Muniz, analista da Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

Porém, a experiência vale mais pelo inusitado do que pela estrutura em si.

O aeroporto para extraterrestres é bem simples e abriga apenas uma réplica de uma nave e placas de metal em forma de ET e outra com uma nave desenhada.



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Óvnis no Brasil

Nos últimos dias, a Terra esteve em alerta, após os EUA derrubarem cerca de três óvnis em seu território e no vizinho Canadá.

Não demoraria muito para ser anunciado que aqueles objetos voadores não identificados se tratavam, na verdade, de balões meteorológicos. No entanto, não é de hoje que Barra do Garças está preparada para recepcionar seres de outros planetas.

Aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal local, em 1995, o projeto do já falecido vereador Valdon Varjão dava origem a um discoporto, um “aeródromo intergaláctico” para espaçonaves.

A justificativa à época eram os diversos relatos de aparições de OVNIs na região.

Discoporto em Barra do Garças (MT) (foto: Secom-BG)

Destino de esotéricos e aventureiros, o Roncador, uma sequência montanhosa de 800 km até a Serra do Cachimbo, no Pará, já foi chamado de Portal para Atlântida e acesso para a Terra Oca, uma espécie de cidade dentro da terra que já atraiu muito gente em busca de outras dimensões, como o britânico Percy Fawcett.

No início de 2020, um projeto do arquiteto Dionísio Carlos previa a construção de um mirante em uma réplica de uma nave espacial que funcionaria como um espaço interativo.

Discoporto em Barra do Garças (MT) (foto: Secom-BG)

Segundo Muniz, exisia também uma proposta da prefeitura que já aprovada pelo conselho do parque para revitalizar o local com a construção de uma réplica de uma espaçonave e até, quem sabe, um planetário.

Em 2022, o Discoporto de Barra do Garças foi reinaugurado, após uma reforma no valor de R$ 40 mil com novo paisagismo e melhor iluminação no atrativo, além de reestruturação do acesso ao local.

O aeroporto ganhou também novos painéis projetados pelo artista plástico Genito Santos.

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Indiana Jones no Brasil

A história mais famosa na região da Serra do Roncador é a de um coronel britânico que desapareceu na região, em 1925, em busca da Cidade Z.

Em busca de uma civilização perdida que se acreditava ficar no Brasil, Percy Harrison Fawcett, seu filho Jack e um amigo partiram de Cuiabá, em 1925, para uma “das matas mais intratáveis da Amazônia”.

foto: Wikimedia Commons

Sabe-se lá o que tenha sido daquela incursão pelo inferno verde – se realmente encontraram um portal para outra dimensão ou se foram todos devorados por índios – a empreitada seria inspiração, nas décadas seguintes, para a literatura, o cinema e sobretudo para o jornalismo.

Com seu inconfundível chapéu Stetson e um gosto exagerado por aventuras, Fawcett ficaria conhecido como “O Verdadeiro Indiana Jones”.

Mas nunca mais seria encontrado, nem aqui, nem em outras dimensões.

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Inscrições rupestres

Mas isso não é tudo em Barra do Garças.

Reaberto em 2019 após um período de abandono e um incêndio que destruiu parte dessa área preservada, o Parque Estadual da Serra Azul tem 11 mil hectares e abriga atrativos como uma trilha autoguiada de 2,3 km até uma sequência de cachoeiras, além de um mirante com vista para o encontro dos rios Araguaia e Garças, entre Goiás e Mato Grosso.


foto: Eduardo Vessoni)

Outro atrativo do parque é a à Gruta dos Pezinhos, fechada para visitação pública por conta da falta de infraestrutura para receber turistas.

Esse sítio arqueológico guarda inscrições rupestres de idade indefinida e desenhos de pés com até seis dedos cada um. Localizado em uma gruta suspensa em uma encosta do parque, o local ainda não conta com estudos que comprovem sua origem, mas acredita-se que as inscrições sejam obra de grupos nômades que usaram o espaço para rituais, há cerca de três mil anos.

“Pelos desenhos, isso nos leva a crer que provavelmente é onde se fazia algum tipo de sacrifício, um culto, de acordo com a religiosidade desses povos antigos”, conta Muniz.

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